segunda-feira, 16 de abril de 2018

A Rosa e o Rato ou o "Triplex do Lula"?



Por Laurenice Noleto
Nós, jornalistas, principalmente os sindicalistas, somos incansáveis lutadores da liberdade de expressão, pelo fim do monopólio da comunicação e/ou pela Regulação da Mídia. Em todos os congressos da categoria nas três ou quatro últimas décadas, em centenas de teses de mestrados e doutorados; livros e outros estudos este tema é tratado.
Tornou-se um jargão até popular falar da importância da "Liberdade da Imprensa", da "Liberdade de Expressão"- a maioria não sabendo sequer diferenciar uma da outra - e, nos setores à esquerda, pedir o "fim do monopólio - ou do oligopólio - da comunicação no Brasil.
Muitas vezes já fui convidada a fazer palestras em faculdades, ocupações de colégio e de sem tetos e auditórios de diferentes categorias profissionais, sobre temas ligados à comunicação e a democracia: "A mulher na imprensa"; "A imprensa e o Golpe Civil-Militar de 1964"; "A imprensa na Ditadura" etc.
Mas, confesso, é sempre muito difícil falar com uma linguagem bem popular sobre o que é o monopólio da comunicação e os seus riscos para uma democracia. Eu costumo ilustrar minhas palestras com aquela história descrita pelo grande mestre do Jornalismo brasileiro, Perseu Abramo, que conta que pode-se mostrar uma rosa para um povo e dizer-lhe que aquilo não é uma rosa, mas um rato. E, repetir isso todo dia, várias vezes, por vários meses ou anos. Ao final, se você jogar uma rosa no chão e gritar: "Mate-o! Isto é um rato! A multidão, enfurecida e odiando a flor, a esmagará sob os seus pés, pensando estar matando um rato.
No entanto, hoje, uma verdadeira e maravilhosa aula está sendo proferida aqui mesmo no Facebock, apenas com uma postagem, sobre a cobertura que a imprensa tradicional vem fazendo sobre a ocupação do "Triplex do Lula", em Guaruja, pelo MTST. Todas as manchetes dos diferentes veículos trazem a mesma palavra "ATRIBUÍDO"!
Antes, o triplex era "DO LULA", mesmo! Não se ouvia ou dava a palavra para nenhuma opinião contraditória. Nenhuma vez. Falaram e escreveram isso centenas ou mesmo milhares de vezes, todos os dias, por anos.
Assim, usando as mesmas palavras e a um só tempo - com ar de seriedade ou de deboche, como convém a cada caso e a cada hora - a imprensa brasileira - concentrada nas mãos de apenas seis famílias (oligopólio) - vai fazendo, subliminarmente, a cabeça dos seus leitores e conduzindo toda a nação de acordo com os seus interesses, próprios ou vendidos a terceiros (lê-se, aqui, o capitalismo internacional).
Ontem, me chamava a atenção, nos noticiários da televisão, todas as inserções de comentários jornalísticos sobre o bombardeio à Síria serem ditas, sempre, não importava quem, com o uso de uma mesma palavra "REGIME", ao invés de GOVERNO da Síria.
E hoje, não se falava mais em Lula, de jeito nenhum. Muito menos no "Triplex do Lula". Afinal, ele já está preso, acusado de receber aquele triplex como propina. Hoje, depois que "O Povo Sem Medo",do MTST, fez a ocupação do imóvel "atribuído" ao Lula, ninguém mais quer ficar com a responsabilidade da falsa acusação! E, como se fossem integrantes de um coral, regido por um só maestro, todos gritam juntos, a uma só voz:
"O TRIPLEX ATRIBUIDO AO LULA"!


sábado, 7 de abril de 2018

Íntegra do discurso de Lula em São Bernardo do Campo

Photo: Francisco Proner/ Farpa Fotocoletivo

Via Brasil de Fato

“Em 1979, esse sindicato fez uma das greves mais extraordinárias. E nós conseguimos fazer um acordo com a indústria automobilística que foi talvez o melhor. E eu tinha uma comissão de Fábrica com 300 trabalhadores. E o acordo era bom. E eu resolvi levar o acordo para Assembleia. E resolvi pedir pra comissão de fábrica ir mais cedo para conversar com a peãozada. E eu fazia assembleia de manhã pra evitar que o pessoal bebesse um pouquinho a tarde, porque quando a gente bebe um pouquinho a gente fica mais ousado.
Mesmo assim não evitava porque o cara levava litro de conhaque dentro da mala e quando eu passava tomava uma ‘dosinha’ para a garganta ficar melhor – coisa que não aconteceu hoje. Pois bem, nós começamos a colocar o acordo em votação e 100 mil pessoas no Estádio da Vila Euclides não aceitavam o acordo. Era o melhor possível. A gente não perdia dia de férias, não perdia décimo terceiro e tinha quinze por cento de aumento. Mas a peãozada tava tão radicalizada que queria 83 ou nada. E nós conseguimos. E passamos um ano sendo chamado de pelego pelos trabalhadores. A gente, Guilherme, ia na porta de fábrica… [Lula começa a fazer saudações diversas]. Então companheiros e companheiras, nós conseguimos… os trabalhadores não aprovaram o acordo… [interrupção para atendimento médico à pessoa na multidão].   Eu ia dizendo pra vocês que nós não conseguimos aprovar a proposta que eu considerava boa e o pessoal então passou a desrespeitar a diretoria do Sindicato. Eu ia na porta da fábrica ninguém parava. E a imprensa escrevia: “Lula fala para os ouvidos moucos dos trabalhadores”. Nós levamos um ano para recuperar o nosso prestígio na categoria. E eu fiquei ṕensando com ar de vingança: “Os trabalhadores pensam que eles podem fazer 100 dias de greve, 400 dias de greve, que eles vão até o fim. Pois eu vou testá-los em 1980”. E fizemos a maior greve da nossa história. A maior greve. 41 dias de greve. Com 17 dias de greve fui preso e os trabalhadores começaram depois de alguns dias a furar greve e nós então – eu sei que Tuma, eu sei que o doutor Almir eu sei que Teotônio Vilela ia dentro da cadeia e falava assim pra mim: “Ô Lula cê precisa acabar com a greve, cê precisa dar um conselho para acabar com a greve”. E eu dizia: “Eu não vou acabar com a greve. Os trabalhadores vão decidir por conta própria”.
O dado concreto é que ninguém aguentou 41 dias porque na prática o companheiro tinha que pagar leite, tinha que pagar a conta de luz, tinha que pagar gás, a mulher começou a cobrar o dinheiro do pão, ele então começou a sofrer pressão e não aguentou. Mas é engraçado porque na derrota a gente ganhou muito mais sem ganhar economicamente do que quando a gente ganhou economicante. Significa que não é dinheiro que resolve o problema de uma greve, não é 5%, não é 10%, é o que está embutido de teoria política de conhecimento político e de tese política numa greve.
Agora, nós estamos quase que na mesma situação. Quase que na mesma situação. Eu tô sendo processado e eu tenho dito claramente: “O processo do meu apartamento, eu sou o único ser humano que sou processado por um apartamento que não é meu”. E ele sabe que o Globo mentiu quando disse que era meu. A Polícia Federal da Lava Jato quando fez o inquérito mentiu que era meu, o Ministério Público quando fez a acusação mentiu dizendo que era meu e eu pensei que o Moro ia resolver e ele mentiu dizendo que era meu e me condenou a nove anos de cadeia. É por isso que eu sou um cidadão indignado, porque eu já fiz muita coisa com meus 72 anos. Mas eu não os perdoo por ter passado para a sociedade a ideia de que eu sou um ladrão. Deram a primazia dos bandidos fazer um pixuleco pelo Brasil inteiro. Deram a primazia dos bandidos chamarem a gente de petralha. Deram a primazia de criar quase um clima de guerra negando a política nesse país. E eu digo todo dia: nenhum deles, nenhum deles, tem coragem ou dorme com a consciência tranquila da honestidade, da inocência que eu durmo. Nenhum deles. [aplausos].
Eu não estou acima da justiça. Se eu não acreditasse na justiça eu não tinha feito partido político. Eu tinha proposto uma revolução nesse país. Mas eu acredito na justiça, numa justiça justa, numa justiça que vota um processo baseado nos autos do processo, baseado nas informações das acusações, das defesas, na prova concreta que tem a arma do crimeo que eu não posso admitir é um procurador que fez um powerpoint e foi pra televisão dizer que o PT é uma organização criminosa que nasceu para roubar o Brasil e que o Lula, por ser a figura mais importante desse partido, o Lula é o chefe, e portanto, se o Lula é o chefe, diz o procurador, “eu não preciso de provas, eu tenho convicção”. Eu quero que ele guarde a convicção deles para os comparsas deles, para os asseclas deles e não para mim. Certamente um ladrão não estaria exigindo prova. Estaria de rabo preso com a boca fechada torcendo para a imprensa não falar o nome dele. Eu tenho mais de 70 horas de Jornal Nacional me triturando. Eu tenho mais de 70 capas de revista me atacando. Eu tenho mais de milhares de páginas de jornais e materias me atacando. Eu tenho mais a Record me atacando. Eu tenho mais a Bandeirantes me atacando, eu tenho a rádio do interior me atacando. E o que eles não se dão conta é que quanto mais eles me atacam mais cresce a minha relação com o povo brasileiro.
Eu não tenho medo deles. Eu até já falei que gostaria de fazer um debate com o Moro sobre a denúncia que ele fez contra mim. Eu gostaria que ele me mostrasse alguma coisa de prova. Eu já desafiei os juízes do TRF-4 que eles fossem prum debate na universidade que ele quiser, no curso que ele quiser, provar qual é o crime que eu cometi nesse país. E eu as vezes tenho a impressão e tenho a impressão porque eu sou um construtor de sonhos. Eu há muito tempo atrás sonhei que era possível governar esse país envolvendo milhões e milhões de pessoas pobres na economia, envolvendo milhões de pessoas nas universidades, criando milhões e milhões de empregos nesse país, eu sonhei, eu sonhei que era possível um metalúrgico, sem diploma universitário, cuidar mais da educação que os diplomados e concursados que governaram esse país e cuidaram da educação. Eu sonhei que era possível a gente diminuir a mortalidade infantil levando leite feijão e arroz para que as crianças pudessem comer todo dia. Eu sonhei que era possível pegar os estudantes da periferia e colocá-los nas melhores universidades desse país para que a gente não tenha juíz e procuradores só da elite, daqui a pouco vamos ter juízes e procuradores nascidos na favela de Heliopólis, nascidos em Itaquera, nascidos na periferia. Nós vamos ter muita gente dos Sem Terra, do MTST, da CUT formados.
Esse crime eu cometi.
Eu cometi esse crime que eles não querem que eu cometa mais. É por conta desse crime que já tem uns dez processos contra mim. E se for por esses crimes, de colocar pobre na universidade, negro na universidade, pobre comer carne, pobre comprar carro, pobre viajar de avião, pobre fazer sua pequena agricultura, ser microempreendedor, ter sua casa própria. Se esse é o crime que eu cometi eu quero dizer que vou continuar sendo criminoso nesse país porque vou fazer muito mais. Vou fazer muito mais.
[Povo começa a gritar “Lula, guerreiro do povo brasileiros]
Companheiros e companheiras, eu em 1990, em 1986 eu fui o deputado constituinte mais votado na história do país. E nós, ficamos descobrindo, que dentro do PT, Manuela, companheiros, o Ivan era do PT na época, havia uma desconfiança que só tinha poder no PT quem tinha mandato.. Quem não tivesse mandato era tido… [começa a fazer saudações]. Então companheiros, quando eu percebi que o povo desconfiava que só tinha valor no PT quem era deputado, Manoela e Guilherme sabe o que eu fiz? Deixei de ser deputado. Porque eu queria provar ao PT que ia continuar sendo a figura mais importante do PT sem ter mandato porque se alguém quiser ganhar de mim no PT só tem um jeito: é trabalhar mais do que eu e gostar do povo mais do que eu, porque se não gostar não vai ganhar. Pois bem: nós agora estamos num trabalho delicado. Eu talvez viva o momento de maior indignação que um ser humano vive. Não é fácil o que sofre a minha família. Não é fácil o que sofrem meus filhos. Não é fácil o que sofreu a Marisa e eu quero dizer que a antecipação da morte da Marisa foi a safadeza e a sacanagem que a imprensa e o Ministério Público fizeram contra ela. Eu tenho certeza. Essa gente eu acho que não tem filho, não tem alma e não tem noção do que sente uma mãe ou um pai quando vê um filho massacrado, quando vê um filho sendo atacado. Eu então, companheiros, resolvi levantar a cabeça. Não pense que eu sou contra a Lava Jato não. A Lava Jato, se pegar bandido, tem que pegar bandido mesmo que roubou e prender. Todos nós queremos isso. Todos nós a vida inteira dizíamos: “Só prende pobre, não prende rico”. Todos nós dizíamos. E eu quero que continue prendendo rico. Eu quero. Agora qual é o problema? É que você não pode fazer julgamento, subordinado à imprensa. Porque no fundo, no fundo, você destrói as pessoas na sociedade, na imagem da pessoas e depois os juízes vão julgar e vão dizer “eu não posso ir contra a opinião pública tá pedindo pra caçar”. Quem quiser votar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato a deputado, escolha um partido político e vá ser candidato. Ora, a toga ela é o emprego vitalício. O cidadão tem que votar apenas com base nos autos do processo, aliás eu acho que ministro da Suprema Corte não deveria dar declaração de como vai votar. Nos EUA termina a votação e você não sabe em quem o cidadão votou exatamente para que ele não seja vítima de pressão.
Imagina um cara sendo acusado de suícidio e não tenha sido ele o assassino. O que a família do morto quer? Que ele seja morto, que ele seja condenado. Então o juíz tem que ter, diferentemente de nós, a cabeça mais fria, mais responsabilidade de fazer a acusação ou de condenar. O Ministério Público é uma instituição muito forte. Por isso esses meninos que entram muito novo fazem um curso direito e depois faz três anos de concurso porque o pai pode pagar, esses meninos precisavam conhecer um pouco da vida, um pouco de política para fazer o que eles fazem na sociedade brasileira. Tem uma coisa chamada responsabilidade. E não pense que quando eu falo assim eu sou contra. Eu fui presidente e indiquei quatro procuradores e fiz discurso em todas as posses e eu dizia: “Quanto mais forte for a instituição mais responsável os seus membros tem que ser”. Você não pode condenar a pessoa pela imprensa para depois julgá-la. Vocês estão lembrados de que quando eu fui prestar depoimento lá em Curitiba, eu disse para o Moro: “Você não tem condições de me absolver porque a globo tá exigindo que você me condene e você vai me condenar.
Pois bem, eu acho que tanto o TRF-4, quanto o Moro, a Lava Jato e a Globo, eles têm um sonho de consumo. O sonho de consumo é que primeiro, o Golpe, não terminou com a Dilma. O golpe só vai concluir quando eles conseguirem convencer que o Lula não possa ser candidato a presidência da república em 2018. Não é que eu não vou ser, eles não querem que eu participe porque existe a possibilidade de cada um se eleger, eles não querem o Lula de volta porque pobre na cabeça deles não ṕode ter direito. Não pode comer carne de primeira. Pobre não pode andar de avião. Pobre não pode fazer universidade. Pobre nasceu, segundo a lógica deles, para comer e ter coisas de segunda categoria.
Então, companheiros e companheiras, o outro sonho de consumo deles é a fotografia do Lula preso. Ah, eu fico imaginando o tesão da Veja colocando a capa comigo preso. Eu fico imaginando o tesão da Globo colocando a minha fotografia preso. Eles vão ter orgasmos múltiplos.
“Eles decretaram a minha prisão. E deixa eu contar uma coisa pra vocês: eu vou atender o mandado deles. E vou atender porque eu quero fazer a transferência de responsabilidade. Eles acham que tudo que acontece neste país acontece por minha causa. Eu já fui condenado a 3 anos de cadeia porque um juiz de Manaus entendeu que eu não preciso de arma, eu tenho uma língua ferina, então precisa me calar, porque se não me calar, ele vai continuar falando frases como eu falei, t´a chegando a hora da onça beber água, e os camponeses mataram um fazendeiro e eles achavam que era a senha.
Eles já tentaram me prender por obstrução de justiça, não deu certo. Eles agora querem me pegar numa prisão preventiva, que é uma coisa mais grave, porque não tem habeas corpus. O Vaccari já tá preso há três anos. O Marcelo Odebrecht gastou R$ 400 milhões e não teve habeas corpus. Eu não vou gastar um tostão. Mas vou lá com a seguinte crença: eles vão descobrir pela primeira vez o que eu tenho dito todo dia. Eles não sabem que o problema deste país não chama-se Lula, o problema deste país chama-se vocês, a consciência do povo, o partido dos trabalhadores, o PCdoB, o MST, o MTST, eles sabem que tem muita gente. E aquilo que a nossa pastora disse, e eu tenho dito em todo discurso, não adianta tentar de me impedir de andar por este país, porque tem milhões e milhões de boulos, de manuelas, de dilmas rousseffs neste país para andar por mim. Não adianta tentar acabar com as minhas idéias, elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las. Não adianta parar o meu sonho, porque quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês e pelos sonhos de vocês. Não adianta achar que tudo vai parar o dia que o Lula tiver um enfarte, é bobagem, porque o meu coração baterá pelos corações de vocês, e são milhões de corações. Não adianta eles acharem que vão fazer com que eu pare, eu não pararei porque eu não sou um ser humano, sou uma idéia, uma idéia misturada com a idéia de vocês, e eu tenho certeza que companheiros como os sem-terra, o MTST, os companheiros da CUT e do movimento sindical sabem, e esta é uma prova, esta é uma prova, eu vou cumprir o mandado e vocês vão ter de se transformar, cada um de vocês, vocês não vão se chamar chiquinho, zezinho, joãozinho, albertinho… Todos vocês, daqui pra frente, vão virar Lula e vão andar por este país fazendo o que você tem que fazer, e é todo dia! Todo dia! Eles tem de saber que a morte de um combatente não para a revolução. Eles tem de saber. Eles tem de saber que nós vamos fazer definitivamente uma regulação dos meios de comunicação para que o povo não seja vítima das mentiras todo santo dia. Eles têm de saber que vocês, quem sabe, são até mais inteligentes que eu, e queimar os pneus que vocês tanto queimam, fazer as passeatas, as ocupações no campo e na cidade; parecia difícil a ocupação de São Bernardo, e amanhã vocês vão receber a notícia que vocês ganharam o terreno que vocês invadiram.
Companheiros, eu tive chance, agora, eu estava no Uruguai, entre Livramento e Vera, e as pessoas diziam assim, ô, Lula, você finge que vai comprar um “uisquizinho”, e você vai para o Uruguai com o Pepe Mujica e vai embora e não volta mais, pede asilo político. Você pode ir na embaixada da Bolívia, do Uruguai, da Rússia, e de lá você fica falando… Eu não tenho mais idade. Minha idade é de enfrentá-los com olho no olho e eu vou enfrentá-los aceitando cumprir o mandado. Eu quero saber quantos dias eles vão pensar que tão me prendendo e quantos mais dias eles me deixarem lá mais lulas vão nascer neste país e mais gente vai querer brigar neste país, porque numa democracia, não tem limite, não tem hora para a gente brigar. Eu falei para os meus companheiros: se dependesse da minha vontade eu não ia, mas eu vou porque eles vão dizer a partir de amanhã que o lula tá foragido, que o lula tá escondido, e não! Eu não to escondido, eu vou lá na barba deles pra eles saberem que eu não tenho medo, que eu não vou correr, e para eles saberem que eu vou provar minha inocência. Eles têm de saber isso. E façam o que quiserem. Façam o que quiserem. Eu vou pegar uma frase que eu peguei em 1982 de uma menina de 10 anos em catanduva, e essa frase não tem autor. Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais poderão deter a chegada da primavera. E a nossa luta é em busca da primavera. Eles tem de saber que nós queremos mais casa, mais escola, nós queremos menos mortalidade, nós não queremos repetir a barbaridade que fizeram com a marielle no rio de janeiro. Não queremos repetir a barbaridade que se faz comm meninos negros neste país. Não queremos mais a mortalidade por desnutrição neste país. Não queremos mais que um jovem não tenha esperança de entrar numa universidade, porque este país é tão cretino, que foi o ultimo país do mundo a ter uma universidade. O último! Todos os países mais pobres tiveram, porque eles não queriam que a juventude brasileira estudasse. E falavam que custava muito; é de se perguntar quanto custou não fazer há 50 anos atrás.
Eu quero que vocês saibam que eu tenho orgulho, profundo orgulho, de ter sido o único presidente da república sem ter um diploma universitário, mas sou o presidente da república que mais fiz universidade na história deste país para mostrar para essa gente que não confunda inteligência com a quantidade de anos na escolaridade, isso não e inteligência, é conhecimento. Inteligência é quando você tem lado, inteligência é quando você não tem medo de discutir com os companheiros aquilo que é prioridade, e a prioridade é garantir que este país volte a ter cidadania. Não vão vender a petrobras! Vamos fazer uma nova constituinte! Vamo revogar a lei do petróleo que eles tão fazendo! Não vamos deixar vender o BNDES, não vamos deixar vender a Caixa, não vamos deixar destruir o Banco do Brasil! E vamos fortalecer a agricultura familiar, que é responsável por 70% do alimento que nós comemos neste país.
E com essa crença, companheiros, de cabeça erguida, como eu to falando com vocês, que eu quero chegar lá e dizer ao delegado: estou à disposição. E a história, daqui a alguns dias, vai provar que quem cometeu crime foi o delegado que me acusou, foi o juiz que me julgou e foi o Ministério Público que foi leviano comigo. Por isso companheiros, eu não tenho lugar no meu coração pra todo mundo, mas eu quero que vocês saibam que se tem uma coisa que eu aprendi a gostar neste mundo é da minha relação com o povo. Quando eu pego na mão de um de vocês, quando eu abraço um de vocês… porque agora eu beijo homem e mulher igualzinho, não mistura mais… Quando eu beijo um de vocês, eu não to beijando com segundas intenções, eu to beijando porque quando eu era presidente, eu dizia: eu vou voltar pra onde eu vim. E eu sei quem são meus amigos eternos e quem são os eventuais. Os de gravatinha, que iam atrás de mim, agora desapareceram. E quem está comigo são aqueles companheiros que eram meus amigos antes de eu ser presidente da república. É aquele que comia rabada no Zelão, que comia frango com polenta no Demarchi, é aquele que tomava caldo de mocotó no Zelão, esses continuam sendo nossos amigos. São que tem coragem de invadir terreno pra fazer casa, são aqueles que têm coragem de fazer uma greve contra a previdência, são aqueles que ocupam no campo pra fazer uma fazenda produtiva, são aqueles que na verdade precisam do estado.
Companheiros, eu vou dizer uma coisa pra vocês. Vocês vão perceber que eu vou sair desta maior, mais forte, mais verdadeiro, e inocente, porque eu quero provar que eles é que cometeram um crime, um crime político de perseguir um homem que tem 50 anos de história política, e por isso eu sou muito grato. Eu não tenho como pagar a gratidão, o carinho e o respeito que vocês tem dedicado a mim nesses anos todos. E quero dizer a vocês Guilherme, e à Manuela, a vocês dois, que para mim é motivo de orgulho pertencer a uma geração, que está no final dela, ver nascer dois jovens disputando o direito de ser presidente da república neste país. Por isso, grande abraço, e podem ficar certos: esse pescoço aqui não baixa, minha mãe já fez o pescoço curto pra ele não baixar, e não vai baixar, porque eu vou sair de lá de cabeça erguida e de peito estufado porque eu vou provar a minha inocência. Um abraço companheiros, obrigado, mas muito obrigado, pelo que vocês me ajudaram, um beijo, querido, muito obrigado!”

sexta-feira, 6 de abril de 2018

MST tranca rodovias em todo país em desagravo a Lula



Via Jornalistas Livras


Com muita indignação ao saberem da iminente prisão do ex-presidente e companheiro Lula, milhares de trabalhadores rurais Sem Terra participam de bloqueios de BR e outras rodovias de Norte a Sul do país. As mensagens “Lula Livre!” e “Globo Golpista!” também foram vistas nos muros de grandes cidades, como Salvador. A própria emissora foi alvo da indignação popular, no Rio Grande do Sul.

Já são registrados bloqueios de rodovias nas diversas regiões do país. Na Paraíba, as duas principais rodovias foram fechadas, a BR-101 e a BR-230, principal ligação entre João Pessoa e Campina Grande. Em Sergipe o MST fecha a rodovia SE-270 (Rodovia Lourival Batista), na altura do povoado Taboca, em Itaporanga.

Na Bahia, desde as primeiras horas da manhã, a BR 235 está bloqueada na altura de Casa Nova. Os manifestantes utilizaram galhos e pneus para atear fogo e impedir o trânsito na rodovia.

A população mostra sua indignação com a prisão de Lula e queima pneus também em frente ao Diário de Santa Maria, no coração do Rio Grande do Sul. O veículo de comunicação pertence ao grupo RBS, da Rede Globo, que, segundo os camponeses, é central na condução do golpe.

No estado do Paraná, já são três pontos fechados pelos Sem Terra: em Quedas do Iguaçu, Laranjeiras do Sul e Porecatu.

Também no Norte, o MST fechou a BR 155, em Marabá. Na região Sudeste, o Movimento fechou a BR 101 no Espírito Santo. No Centro Oeste, já se indicam bloqueios no estado do Mato Grosso do Sul.

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Kakay entra com liminar no STF que pode decidir o futuro de Lula


O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, também conhecido como Kakay, entrou nesta quinta-feira (5) com um pedido de liminar no Supremo Tribunal Federal (STF) para pacificar a tese da presunção de inocência e da não possibilidade da prisão de condenados antes do trânsito em julgado da sentença condenatória tratadas nas ações declaratórias de constitucionalidade (ADCs) 43 e 44. A ação pode beneficiar diretamente o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. Caso seja aceita a liminar pode evitar não apenas a prisão dele mas de todos os demais outros réus antes que seus processos tenham transitado em julgado — ou seja, que todos os recursos possíveis sejam analisados.
"O objetivo é evitar a prisão do João, do Mané, da Maria. O Lula pode se beneficiar disso porque está nessa condição. Mas nós não somos advogados do Lula. Nós trabalhamos na verdade para as pessoas que não têm rosto, que não têm voz e não têm uma identificação. A ADC tem essa grande vantagem. Ela não é personificada em uma pessoa. O processo do ADC não tem um nome na capa. Inclusive estão do nosso lado, felizmente, as Defensorias Públicas, mostrando o alcance dessa decisão" - pontua o advogado, que é autor da ADC 43. 
O pedido de liminar deve ser analisado pelo ministro Marco Aurélio Mello, que relata uma ação declaratória de constitucionalidade sobre a possibilidade de prisão em segunda instância. "A intenção evidentemente não é forçar uma decisão. Nós estamos defendendo um direito. Estamos esperando a decisão do mérito" - explica Antônio Carlos de Almeida Castro.
O advogado criou uma rede de 150 profissionais para auxiliar a defesa de Lula. A ideia é que o grupo possa dar sugestões e elaborar estratégias para a ação em tribunais. O grupo encabeçado por Kakay conta com advogados como Alberto Toron, Pierpaolo Bottini, Nélio Machado, José Eduardo Cardozo , Rafael Faria, Fábio Tofic, Ticiano Figueiredo e Geraldo Prado.

Leia a íntegra da nota redigida pelo grupo de advogados:
Os autores da ADC 43 entraram hoje junto ao Supremo Tribunal Federal com um PEDIDO de LIMINAR em função do resultado do julgamento ocorrido ontem. Desde o início, entendem os autores que o ideal para pacificar a tese da presunção de inocência e da não possibilidade da prisão de condenados antes do trânsito em julgado da sentença condenatória seria que as ADCs 43 e 44, que tratam do assunto em sede de controle abstrato, com possibilidade de atribuição de efeito erga omnes, fossem julgadas antes do julgamento do referido HC.
É óbvio que não cabe aos autores questionar a pauta do Plenário decidida pela Ministra Presidente. Ocorre que, no nosso entendimento, a maioria projetada dentre os ministros da Corte para o julgamento do mérito das ADCs sugere fortemente que a proposta intermediária feita na inicial da ADC 43, defendida da tribuna do Supremo pelo primeiro signatário quando do julgamento realizado em 1 de setembro de 2016, que defendeu eventual execução da pena apenas após o julgamento do recurso especial pelo STJ, seja a decisão a ser definitivamente adotada pelo Supremo Tribunal Federal.
Entendem os autores, diante da manifestação de entendimento declarada ontem pelos Ministros, que a concessão de uma liminar neste momento, antecipando por medida de cautela uma provável constituição de maioria em favor do provimento, ainda que parcial, do mérito das ADCs, certamente impedirá a injusta prisão de inúmeras pessoas.
Quando a análise de mérito ocorrer e a execução provisória a partir do julgamento em segunda instância for considerada inconstitucional, ninguém poderá devolver aos cidadãos condenados os dias passados de forma ilegítima no cárcere.
A medida cautelar requerida, portanto, é necessária para garantir a efetividade da jurisdição constitucional da própria Suprema Corte e para prevenir prisões precipitadamente injustas, em um ato de respeito e acatamento aos entendimentos já manifestados pelos eminentes Ministros.

Antônio Carlos de Almeida Castro, Kakay
Cláudio Pereira de Souza Neto
Ademar Borges de Sousa Filho

domingo, 25 de março de 2018

The Mechanism of José Padilha to assassinate reputations on Netflix, by Dilma Rousseff


By Dilma Rousseff

The country is still alive, despite the illusionists, the sellers of hatred and the scammers on duty. Now, the 2016 pro-coup narrative gains new colors, in a distorted view of history, with typical tones of fascism latent in the country.

As for telling the story of Lava-Jato (Car Wash Operation), in a series "based on real events," the filmmaker José Padilha incurs the distortion of reality and the propagation of lies of all kinds to attack me and President Lula.

The series "The Mechanism" (O Mecanismo), on Netflix, is ​​lying and disingenuous. The director invents facts. Does not play "fake news". He himself became a creator of false news.

The filmmaker treats the scandal of Banestado, whose black market money dealer's delator was Alberto Yousseff, in an alternative timeline. Now, if the series is "based on real facts," at least one must stick to the time the facts occurred. The Banestado case did not begin in 2003, as it is in the series, but in 1996, in the full FHC government.

About me, the director of cinema uses the same inks from the brazilian press to practice reputations murder, casting lies in the TV series, some that not even part of the great national media had the courage to insinuate.

Youssef never had any participation in my re-election campaign, nor was he at the committee headquarters, as the series highlights, as early as its first chapter. The truth is that the black market money dealer never had contact with any member of my campaign.

The filmmaker bad faith is glaring, to the point of committing another fantasy: that I would be close to Paulo Roberto da Costa. This is not true. I never had any kind of friendship with Paulo Roberto, exonerated of Petrobras in my government.

In the TV series, the filmmaker still has the nerve to use the famous words of Senator Romero Jucá (PMDB-RR) about "stagnating the sangria" in the era of fraudulent impeachment in an effort to prevent investigations from reaching the scammers. Jucá confessed there the desire for "a great national agreement". The shocking thing is that the filmmaker attributes such declarations to the character that embodies President Lula.

Look. In real life, Lula never gave such statements. Senator Romero Jucá, leader of the coup, said this in a conversation with the prosecutor Sérgio Machado, who recorded it and whom he clarified about the strategic nature of my impeachment.

At that time, Jucá and Machado debated how to paralyze Car Wash investigations against PMDB members (his party) and the Temer government, which would be obtained by the arrival of the coup leaders to power, from my departure from the Presidency of the Republic in 2016.
Padilha attacks the criminalist's honor in a covert manner. The lawyer is not even alive today to defend himself. The lawyer is not even alive today to defend himself.

The filmmaker does not use artistic freedom to recreate an episode of national history. He lies, distorts and falsifies. This is more than intellectual dishonesty. It belongs to a pusillanimous in the service of a version that afraid of the truth.

It's like re-imagining the last moments of John Kennedy's tragedy, putting the murderer, Lee Harvey Oswald, accusing the victim. Or Winston Churchill concluding with Adolf Hitler an alliance to attack the United States. Or Getúlio Vargas, a friend of Carlos Lacerda, supporting the coup in 1954.

The filmmaker makes fiction in dealing with the history of the country, but without warning the public. He declares that he bases himself on real events and tries to dissimulate what he is doing, inventing passages and distorting the real facts of history to frame reality in his own way and at his own pleasure.

I reiterate my respect for freedom of expression and artistic expression. There are those who want to do fiction and have every right to do so. But it must be admitted that it is fiction. Otherwise, what is being done is not based on actual facts, but on actual distortions, in fake news.

DILMA ROUSSEFF

terça-feira, 20 de março de 2018

Vem aí o 6º BlogProg, o Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais




Via Barão de Itararé

Em defesa da democracia e contra os retrocessos é o tema do 6º Encontro Nacional de Blogueir@s e Ativistas Digitais, que acontece nos dias 25 e 26 de maio, em São Paulo. Serão dois dias de debates sobre os desafios colocados para a luta de ideias e a democratização da comunicação no Brasil, além de rodas de conversa e trocas de experiência sobre a produção e a articulação das mídias alternativas, blogosfera, comunicadores e ativistas digitais. O evento acontecerá no Sindicato dos Engenheiros do Estado de São Paulo (Rua Genebra, 25).


A sexta edição do #BlogProg ocorre em um cenário no qual a mídia monopolista, composta por sete famílias que dominam a comunicação no Brasil, faz de tudo para defender as “reformas” regressivas e os atentados à liberdade de expressão e de organização da sociedade. Mais do que nunca, a mídia contra-hegemônica joga um papel decisivo na disputa de narrativas no país, contrapondo-se ao pensamento único "emburrecedor" e desmobilizador imposto pelas forças do capital que assaltaram o poder da República. 
Com cinco encontros realizados nos últimos sete anos, fica evidente a importância de reunir e organizar, de forma horizontal, o movimento. O 6º Encontro de Blogueir@s e Ativistas Digitais é um momento oportuno para fortalecer a trincheira da comunicação em um momento de duros ataques aos trabalhadores e à democracia. Confira a programação completa e faça a sua inscrição!




PROGRAMAÇÃO

Sexta-feira, 25 de maio, às 18 horas
A situação política e a batalha de ideias
- Gleisi Hoffmann (PT);
- Manuela D´Ávila (PCdoB);
- Ciro Gomes (PDT) [*];
- Guilherme Boulos (MTST);
- Roberto Requião (PMDB)
Sexta-feira, às 22 horas
Confraternização
Sábado, 26 de maio, às 9 horas
As regressões na área da comunicação. 
- Renata Mielli – coordenadora-geral do FNDC;
- Maria José Braga – presidenta da Fenaj;
- Jean Wyllys – coordenador da Frentecom [*];
- José Trajano – jornalista esportivo.
Sábado, às 14 horas
Rodas de Conversa (troca de experiências) com a moderação de blogueir@s
Sábado, às 16 horas
Plenária Final – discussão e aprovação da "Carta de São Paulo" e eleição da nova comissão nacional do BlogProg
[*]: ainda não confirmados
***
INSCRIÇÕES
O valor da adesão é de R$ 100 e dá direito à certificado de participação. Para garantir a sua inscrição, basta acessar o formulário e realizar o pagamento: https://doity.com.br/6-encontro-de-blogueiros
Os 30 primeiros pagantes que não forem residentes na região da grande São Paulo terão direito à hospedagem em local próximo ao evento.

segunda-feira, 19 de março de 2018

LavaJato: Capitalismo e Guerra Híbrida


Por Frederico Noleto

O WebGuerrilheiro nasceu como uma minúscula página do Facebook que tinha como pretensão a luta apaixonada e quase utópica de impedir o golpe ocorrido no Brasil em 2016. Para isso, nos desdobramos com nosso nano "conhecimento" em programas de edição de imagens para elaborar gráficos e ilustrações de qualidade duvidosa e, desta forma, tentar deter com informação inteligente e bem humorada a escalada de desinformação propagada pela velha mídia. Ao menos no que dizia respeito aos números da economia relativos ao período progressista. Teorias à parte, hoje sabemos que praticamente seria impossível termos evitado o golpe com as armas e atores que dispunhamos no tabuleiro. Talvez se Lula tivesse voltado à Presidência em 2014, talvez... 
Agora, neste período que precede à tentativa de sua prisão por estes mesmos agentes (duplos) que depuseram a presidenta Dilma Rousseff, elaboramos um esquema para melhor elucidar nossos leitores e seguidores sobre fatos e números que não deixam dúvidas sobre o processo de Guerra Híbrida em curso no país. Processo que teve como balão de ensaio a AP 470 (Mensalão) e início oficial durante os protestos da Primavera Brasileira de 2013 que culminaram no golpe jurídico-midiático-parlamentar-corporativo ocorrido em 2016. Siga nossa linha de raciocínio e entenda como o consórcio articulado pelo Departamento de Estado norteamericano através da Operação LavaJato atuou desde seu início até o gran finale marcado para os próximos dias: a iminente prisão de Lula (candidato com chances de vencer no primeiro turno e único capaz de retomar a agenda progressista brasileira) por inacreditáveis "atos de ofício indeterminados".


Acompanhe conosco:    
- Em 2014, LavaJato inicia seus trabalhos delimitando de imediato que investigaria apenas fatos ocorridos durante governo vigente (pós 2002) sem levar em consideração confissão de delatores de que a prática ocorria desde 1994, com argumento de que seriam "mais fáceis" de se apurar por serem "mais recentes";
- LavaJato apura que R$ 20 bilhões foram desviados neste período pelos esquemas fraudulentos das empreiteiras;
- Dobradinha LavaJato/Sistema GAFE de Comunicação (Globo, Abril, Folha e Estadão) desestabiliza governo pós 2002 com manchetes sensacionalistas e enxurradas diárias de Fake News:
- Como resultado da fragilidade política provocada pela LavaJato, governo pós 2002 sofre golpe parlamentar em 2016, com aval do STF que vergonhosamente engaveta julgamento do mérito e julga apenas "rito";
- Juiz Sérgio Moro, responsável pela LavaJato, e procurador-geral da República, Rodrigo Janot, realizam viagens constantes aos EUA em razão de parceria com Departamento de Estado e FBI, que estariam "colaborando diretamente" com o juiz de primeira instância;
- Nesta data (2016), representando agenda totalmente oposta à da chapa ao qual foi eleito vice-presidente, um conspirador assume chefia do Poder Executivo com práticas entreguistas camufladas por manjado discurso "reformista" e supostas práticas de austeridade ("Estado Mínimo");
- Após 3 anos de investigações, agência de publicidade contratada pela LavaJato (wtf?!) realiza ato midiático com montanha de dinheiro que representaria os R$ 11,9 bilhões "recuperados" pela operação;
- Governo ilegítimo paga na justiça americana (sem recorrer) valor equivalente a R$ 10 bilhões por conta de uma ação movida por acionistas daquele país contra a Petrobrás;
- Golpe consumado, presidente do STF já não esconde encontros com representantes de petroleiras estrangeiras co-financiadoras do golpe;
- Após diminuir participação da Petrobrás na exploração do Pré-Sal, governo golpista concede isenção de R$ 1 TRILHÃO em impostos para petroleiras estrangeiras que atuam no país;
- Entrega do trilhão pelo governo ilegítimo e negociação criminosa do Aqüífero Guarani com a Coca-Cola e a Nestlé não são vistas como criminosas pela LavaJato, que deixa de usar contemporaneidade dos fatos como argumento facilitador de investigações;
- Sob fortes suspeitas de venda de sentenças e indução de delações para fins políticos (pesquisar "Caso Tacla Duran") devidamente ignoradas pelo MPF e STF, LavaJato libera praticamente todos os corruptores presos pela operação em razão de delações que agora incriminam apenas um grupo político;
- LavaJato esquece tema corrupção e, sob argumentos jurídicos extremamente frágeis ("atos de ofício indeterminados"), foca toda sua energia na captura de líder político melhor colocado nas pesquisas eleitorais, que representa a volta da agenda econômica interrompida pelo golpe.;
- Petrobrás pós-golpe soma perdas de mais de R$ 140 bilhões (sem contar o trilhão do perdão de impostos) em venda de ativos e perda de participações na exploração do Pré-Sal;
- Juiz Sérgio Moro, anuncia que irá se mudar aos EUA assim que terminada a operação LavaJato, cujo fim se dará com a prisão de Lula, exterminando assim qualquer possibilidade do antigo grupo voltar ao poder e revogar toda a entrega do patrimônio nacional.