quarta-feira, 11 de julho de 2018

Boogarins realizam oficina de produção musical com adolescentes sobreviventes de tragédia em Goiás





Nos dias 16 e 17 de julho os sobreviventes da tragédia acontecida no Centro de Internação Provisória (CIP) receberão um incentivo prá lá de especial. Durante esses dois dias, os integrantes do grupo Boogarins irão realizar um oficina de Produção Musical com os garotos. Segundo Benke, o guitarrista da banda goiana de reconhecimento internacional, a ideia de realizar este tipo de trabalho no local já existia e acabou ganhando força a partir do incêndio ocorrido no local, que vitimou dez adolescentes que se encontravam sob custódia do estado.

"No dia do incêndio estávamos na cidade de Goiás para um show e ficamos sabendo do ocorrido pela televisão" - explica Benke. Ele conta que a notícia sensibilizou os integrantes a promover a oficina com os demais jovens que continuam no CIP, privados da liberdade e sem nenhuma perspectiva. "Há muito tempo queríamos fazer uma oficina de produção musical em Goiânia, nos mesmos moldes da que fizemos em outros locais como Recife e Portugal, durante festivais" - completa.

"A tragédia nos chamou a atenção para esta parcela da nossa juventude que precisa enxergar um mundo diferente do que estão vivendo. A música pode proporcionar esta mudança e nós queremos e podemos colaborar. Desenvolver um novo olhar sobre como criar e se expressar com poucas ferramentas, incentivando o exercício criativo e a abstração para que o processo de ressocialização possa partir de dentro deles com mais força. É claro que deve haver um ambiente e ações educativas que garantam esta ressocialização" - conclui o guitarrista!

A oficina de produção musical é realizada a partir de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), utilizando as plataformas digitais disponíveis e possibilitando aos adolescentes fazerem músicas a partir de smartphones, por exemplo! A oficina acontecerá em duas tardes, para que todos os jovens que quiserem participar tenham oportunidade.

O desejo dos Boogarins em realizar a oficina no CIP, coincidiu com a vontade de um grupo de pessoas que atuam na defesa dos direitos das crianças e adolescentes em Goiânia. Após a missa de trinta dias de falecimento dos adolescentes, uma reunião foi feita com o grupo e o guitarrista Benke, representando a banda. Uma das integrantes do grupo, Thelma Pinheiro, professora do CIP, fez o contato com o coordenador do CIP, Eduardo, que por sua vez, encaminhou a solicitação e deu o sinal verde para que as oficinas. Saiba mais sobre o acidente...


Banda Boogarins 

A banda Boogarins é uma banda de rock psicodélico, nasceu em Goiânia no ano de 2014 e ficou conhecida do grande público após seu primeiro trabalho "As Plantas Que Curam" ser gravado pela gravadora Norte-americana Other Music e ser premiada como Banda Revelação pelo prêmio Multishow. O segundo trabalho, o disco Manual, foi indicado para o prêmio de Melhor Banda de Rock em Língua Portuguesa. O lançamento deste segundo trabalho foi destaque no jornal The New York Times.

Em 2017 a banda lançou outros dois trabalhos: "Lá Vem a Morte" e "Desvio Onírico". Desde 2014 a banda já acumula mais sete turnês internacionais (Europa e EUA), participando de festivais como SXSW, Austin/Texas, Coachella/ Califórnia, Primavera Sound/ Espanha, Rock in Rio/ Portugal e Rio de Janeiro; bem como Popload, Lollapalooza em São Paulo, Coquetel Molotov/ Recife e  Bananada em Goiânia.

Integram a banda: Dinho Almeida - vocal/guitarra; Raphael Vaz - baixo; Ynaiã Benthrold - bateria e Benke Ferraz - guitarra

quarta-feira, 27 de junho de 2018

Nonô Noleto: Erram os que querem diminuir a importância de Manuela D'Avila


"Em meu nome e da maioria das mulheres jornalistas do Brasil, com certeza, mesmo sem uma prévia autorização delas, venho, publicamente, pedir desculpas à pré-candidata do PCdoB".



A jornalista Laurenice Noleto, também conhecida como Nonô Noleto, assistiu indignada à entrevista da pré-candidata a Presidência Manuela D'Avila ocorrida ultima segunda-feira (25) no programa Roda Viva da TV Cultura. A jornalista, que também é autora de diversos livros, refere-se ao tratamento dado pelos entrevistadores como um "teatro de horrores" e pede desculpas a Manuela pelo antijornalismo a que foi submetida.

Noleto atua há mais de 50 anos na profissao e manifestou nesta quarta-feira (27) sua indignação após assistir a entrevista pelo Youtube e avalia como um grande erro querer diminuir a importância da pré-candidata que, ao final, se mostrou gigante. "Em meu nome e da maioria das mulheres jornalistas do Brasil, com certeza, mesmo sem uma prévia autorização delas, venho, publicamente, pedir desculpas à pré-candidata do PCdoB".



Leia seu post no Facebook:

Como jornalista há quase 50 anos, como dirigente do Sindicato dos Jornalistas de Goiás, como mulher, quero deixar aqui registrada a minha vergonha pela atuação de profissionais da comunicação e pseudos jornalistas que atuaram no teatro de horror que foi a última edição do programa Roda Viva, da TV Cultura/SP. Por isso, em meu nome e da maioria das mulheres jornalistas do Brasil, com certeza, mesmo sem uma prévia autorização delas, venho, publicamente, pedir desculpas à pré-candidata do PCdoB à Presidência da República, Manuela D'Avila, pelo antijornalismo a que foi submetida e parabenizá-la pela excelente atuação! Erraram os que quiseram diminuir sua importância, pois lhe deixaram mostrar todo o tempo o quanto é gigante uma mulher empoderada.
Viva Manuela!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

Papa Francisco envia Rosário a Lula






O papa Francisco tem dado cada vez mais sinais de que não apenas tem ciência do contexto da prisão política do presidente Lula mas também de que está descontente com a situação e com todo os desdobramentos contidos nela. Como prova disso, e como sinal de solidariedade, mobilizou a ida de um emissário para visitar o presidente na sede de Polícia Federal em Curitiba com a missão de observar as condições das instalações onde se encontra Lula e também poder lhe enviar uma mensagem de fé e de esperança. A visita se daria na tarde desta segunda-feira (11) mas acabou não acontecendo. Nela, o emissário cumpria a incumbência de entregar, em mãos, um presente enviado por Vossa Santidade: um lindo Rosário com suas bençãos.

Preso político há 67 dias, Lula ficou emocionado com o gesto de solidariedade e de carinho do Papa Francisco. Apesar de ser impedido de se comunicar com Juan Grabois, assessor para Assuntos de Justiça e Paz do Papa, o presidente recebeu o terço com muita fé. Em maio, o pontífice criticou o papel da mídia na difamação de figuras públicas. "Criam-se condições obscuras para condenar uma pessoa. A mídia começa a falar mal das pessoas, dos dirigentes, e com a calúnia e a difamação essas pessoas ficam manchadas. Depois chega a Justiça, as condena, e no final, se faz um golpe de Estado", afirmou na ocasião. Perguntado sobre o impedimento da visita, Juan Grabois disse que já esteve em vários lugares  e nunca se deparou com uma negativa dessa natureza.

quinta-feira, 24 de maio de 2018

O ataque atacadista à soberania brasileira: uma entrevista com o ex-chanceler Celso Amorim


Por Brian Mier

Nos últimos 25 anos, Celso Amorim foi o mais importante diplomata do Brasil, atuando como ministro das Relações Exteriores nos governos de Itamar Franco (1993-1995) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), e como ministro da Defesa de Dilma Rousseff. (2011-2015). Nascido em 1942 na cidade portuária de Santos, Amorim formou-se no topo de sua turma no Instituto Rio Branco, a escola de diplomacia do governo brasileiro, em 1965. Isso lhe rendeu uma bolsa de estudos para a Academia Diplomática de Viena, onde passou 3 anos, seguido por 3 anos na London School of Economics, estudando com Ralph Miliband. Depois de trabalhar por vários anos como professor de literatura portuguesa no Instituto Rio Branco, foi convidado a dirigir a Embrafilme, agência de cinema do Governo Militar, em 1979. Pouco depois, foi demitido por financiar o filme Pra Frente, Brasil, de Roberto Farias, que mostra cenas de presos políticos sendo torturados pelos militares.

Indicado como Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Ciência e Tecnologia em 1987 pelo governo José Sarney, Amorim atuou em todos os governos desde então, com exceção do atual (2016). Seu mandato como Ministro das Relações Exteriores de Lula foi marcado pelo fato de o Brasil ter um papel ativo no cenário internacional. Sob orientação de Amorim, o Brasil expandiu seu papel no Mercosul, Unasul, IBAS e BRICS, tornou-se mais ativo no Conselho de Segurança da ONU e melhorou as relações comerciais com países da África, Ásia e Oriente Médio. Em um artigo de 2009 na Foreign Policy, David Rothkopf o chamou de "o melhor ministro das Relações Exteriores do mundo".

Falei com Celso Amorim em 16 de maio de 2018. A entrevista foi editada para facilitar a leitura.

Eu gostaria de perguntar sobre um conceito chamado soberania… O que é soberania, por que é importante e o que o governo Lula fez para aumentar a soberania brasileira?


Bem, eu espero que você não queira que eu entre na história do conceito de soberania desde o século 16 mais ou menos, quando foi estabelecido. É realmente a capacidade de determinar o seu próprio destino - até certo ponto, porque todos vivem no mundo e as circunstâncias do mundo também são influentes. Mas é, pelo menos, ser capaz de orientar o seu próprio país de uma forma que corresponda aos interesses do seu povo. Basicamente, acho que é isso que soberania significa. Que você pode enfrentar pressões externas de uma forma que não é submissa. É claro que você precisa negociar com muita frequência, mas precisa definir suas próprias prioridades de acordo com seus próprios interesses e os interesses de seu pessoal. Eu acho que é basicamente o que a soberania é e, claro, isso implica algum controle sobre seus recursos naturais. Os Estados Unidos estão muito conscientes do que é soberania porque quando uma empresa chinesa decidiu comprar uma importante empresa de tecnologia nos Estados Unidos, o presidente Trump acabou por vetá-la. Então soberania é isso. Existem alguns ativos que são essenciais para a sua capacidade de determinar seu próprio destino, levando em conta as circunstâncias do mundo. Eu acho que isso é o que queremos. Para fazer isso, é claro que você precisa ter uma política externa que seja capaz de afirmar suas opiniões e defender essa política, permitindo que você enfrente qualquer possível ameaça que possa existir.

Como você acha que a estratégia do governo Lula para a questão da soberania diferiu, por exemplo, das de Fernando Henrique Cardoso ou Itamar Franco?

Muito simples. Vou dar um exemplo, porque acho melhor exemplificar do que tentar definir. A atitude de Lula em relação às reservas de petróleo em águas profundas nas quais ele estabeleceu o papel do governo para a Petrobras é um caso de preservação de nossos recursos naturais. Outro exemplo foi a sua autorização para o desenvolvimento de um submarino movido a energia nuclear, capaz de ser vigilante sobre a nossa costa muito longa. É preciso ter em mente - às vezes esquecemos - que o Brasil tem a maior costa atlântica do mundo. Eu diria que na política externa, na qual eu estava mais ativo, seu governo contribuiu para construir um mundo mais multipolar no qual cada país não está necessariamente sujeito à hegemonia de ninguém. Como ele fez isso? Eu exemplificaria isso com a integração da América do Sul que agora está sendo abandonada pelo atual governo, porque mesmo que o Brasil seja grande, não é grande o suficiente para enfrentar os grandes blocos como os Estados Unidos, que é um bloco em si, China, que é um bloco em si, ou a União Europeia. A integração da América do Sul foi importante, as relações com outros países do Sul, inclusive na África e também na Índia e assim por diante, e também contribuímos para a criação do BRICS, que de alguma forma dá maior equilíbrio às relações internacionais. Esses são alguns exemplos, mas, em relação às relações econômicas, eu também poderia mencionar nossas atitudes em relação à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), que estava sendo impulsionada pelos Estados Unidos, nossas atitudes em relação às rodadas comerciais da DOHA nas quais nós completamente invertemos a tendência de ter um acordo muito negativo do ponto de vista dos países em desenvolvimento. Bem, esses são alguns exemplos de soberania e, claro, tudo isso foi baseado em uma maior justiça social que aumentou a legitimidade do governo. Digo legitimidade não só porque foi eleito, mas também porque teve o apoio efetivo da grande maioria do povo brasileiro, especialmente porque Lula trabalhou para reduzir a desigualdade no Brasil.


Como esta abordagem difere das políticas do governo de Michel Temer?

Em quase todos os aspectos, o governo Temer está fazendo exatamente o oposto. Internamente, é claro que está tomando medidas que aumentam a desigualdade em vez de diminuí-la, como as novas leis trabalhistas e o congelamento de gastos em saúde e educação através de emenda constitucional, algo que é absolutamente inédito em qualquer lugar do mundo até onde Eu sei. E externamente há uma política externa que nos melhores momentos não é nada e nos piores momentos está fazendo coisas como contribuir para a desintegração da América do Sul pela desativação da Unasul, que foi uma grande conquista durante o governo Lula, e por não ter iniciativa em relação aos BRICS e outros grupos como o IBAS (Índia, Brasil e África do Sul). Eles estão diminuindo nossa presença em todos os lugares - mesmo em relação à Palestina e Israel por não ter uma atitude independente. Eles têm uma atitude muito submissa que tende a dar mais importância a um ou outro lobby interno do que aos interesses reais da paz no mundo. Então, esses são alguns exemplos, mas eu poderia acrescentar outros, por exemplo, permitindo que a Embraer faça uma fusão com a Boeing - é claro que todos sabem quem vai dominar o resultado dessa fusão - então esses são alguns exemplos. Eu poderia continuar e continuar.


Durante o tempo que você serviu como Ministro das Relações Exteriores para o governo Lula e Ministro da Defesa de Dilma Rousseff, quais são as políticas que o Brasil implementou que, na sua opinião, agradaram o governo dos EUA? Quais são você acha que podem tê-los irritado?

Em primeiro lugar, nossa preocupação não era agradar ou não agradar a ninguém. Nossa preocupação era buscar nossos próprios interesses em solidariedade com outros países, especialmente em nossa região, em outros países em desenvolvimento em nossa região e na África. Ao fazer isso, podemos ter freqüentemente desagradado os Estados Unidos. Por exemplo, houve nossa atitude na reunião da OMC em Cancún em 2003, durante a qual o Brasil liderou a resistência a um acordo que teria sido prejudicial para os países em desenvolvimento. Mas tendo dito que seis meses depois, Bob Zoellick, que era o principal negociador dos Estados Unidos, entrou em contato comigo para ver que tipo de acordo seria possível, qual era o tipo de posição que poderia ser formada em favor de um acordo. . Então, mesmo quando desagradamos os Estados Unidos, não fizemos isso apenas para irritá-los - estávamos buscando nossos interesses. E acho que isso foi, em grande medida, entendido. Tanto que, quando, por exemplo, Bush convocou essa Cúpula do G20, não posso ter certeza se foi a primeira, mas uma das primeiras pessoas a quem ele chamou foi o Presidente Lula a dizer: “Estou pensando em ter essa Reunião do G20 para que os países importantes possam ver como podemos lidar com a economia mundial após a crise do Lehman Brothers. ”Este é um exemplo. Houve outros casos, no entanto, nos quais os Estados Unidos estavam realmente interessados ​​na presença do Brasil, como a Conferência de Annapolis para o Oriente Médio, a questão Palestina / Israel. O Brasil foi um dos poucos países em desenvolvimento a ser convidado. Eu tive um bom diálogo com Condoleezza Rice a esse respeito. Claro que não concordamos em tudo, mas conversamos uns com os outros respeitosamente. Mais tarde, o presidente Obama realmente pediu ao presidente Lula que ajudasse a negociar um acordo com o Irã. Nós ajudamos. Nós obtivemos exatamente o que foi pedido ao Irã. Nós intermediamos isso junto com a Turquia. E quando finalmente saiu, foi uma conquista. Mas em maio de 2010 - não posso dizer, para minha surpresa, porque eles já haviam dado sinais - para nossa decepção, os Estados Unidos, liderados pela Secretária de Estado Hilary Clinton, com certeza preferiram exercer um papel de sanções e ações negativas e desmantelaram o esforço que eles mesmos nos pediram para implementar. Então os Estados Unidos estavam com raiva? Não tenho certeza. E trazendo Cuba para a OEA. Foi no Brasil que Cuba participou de todos os fóruns existentes na América do Sul e na América Latina e no Caribe pela primeira vez. Aconteceu no final de 2008. Então foi um passo que tornou necessária a presença de Cuba na Cúpula das Américas. O próprio Obama reconheceu isso. Mas mais tarde, Trump agiu por outra via. Então é muito difícil dizer. Não é nossa tarefa saber o que agradará aos Estados Unidos e o que desagradará os Estados Unidos. Nossa tarefa - e isso faz parte da soberania - é perseguir nossos próprios interesses e, em maior medida, também os interesses de outros países como o nosso, outros países em desenvolvimento, começando pela América do Sul.


OK, eu te fiz essa pergunta porque…

Posso dizer que ações dos Estados Unidos nos desagradaram. Um deles recusava o acordo que nos pediram para promover com o Irã. Certamente, o que nos desagradou - eu não era mais ministro das Relações Exteriores, mas eu era o ministro da Defesa - foi a espionagem de nosso presidente, a espionagem de nossa companhia de petróleo, a espionagem de nosso Ministério de Energia. Então, esses são alguns exemplos de coisas que nos desagradaram. Mas mesmo assim não quebramos nosso diálogo com os Estados Unidos porque, é claro, os Estados Unidos são extremamente importantes. Ainda é o país mais importante do mundo.

Fiz essa pergunta porque, como sabemos, houve um Golpe de Estado no Brasil em 2016.

Sim.

E uma das coisas que levaram ao Golpe foi a investigação Lava Jato (Operação Lava Jato) e sua paralisação da indústria brasileira de engenharia e construção, que registrou 500 mil demissões imediatas e uma queda no PIB em 2015. E sabemos que Lava Jato é uma operação conjunta entre o Departamento de Justiça dos EUA, o FBI e a Promotoria de Curitiba liderada por Sergio Moro, que, de acordo com uma moção de reversão apresentada pela equipe de defesa de Lula em março de 2018, é baseada em comunicações informais ilegais entre o Judiciário brasileiro e do Departamento de Justiça dos EUA.

Sim.


Então, sabemos que houve algum envolvimento dos Estados Unidos em eventos que levaram ao golpe e à prisão de Lula. Que razões os Estados Unidos teriam para quererem se envolver em tudo isso?

Posso dar um exemplo muito simples do velho provérbio chinês de que uma imagem vale mais que mil palavras. Havia uma capa da edição americana do Economist, que mostrava um mapa de cabeça para baixo das Américas. A América do Sul estava no topo e o resto estava abaixo. O título do artigo da primeira página era "Nobody's Backyard" (Quintal de Ninguém). Eu acho que o simples fato de que, quando apareceu em 2009 ou 2010, os planejadores e as pessoas da inteligência dos Estados Unidos ... Eu acho que quando as pessoas da inteligência tiveram uma de suas reuniões regulares que eu suponho que eles têm apesar de às vezes haver falta de coordenação, eles viram aquele mapa dizendo que a América do Sul e a América Latina não são mais o quintal dos Estados Unidos e estão promovendo coisas como os BRICS, como reuniões independentes com países árabes, tendo reuniões por conta própria, criando a Unasul sem o patrocínio dos EUA ou da Europa ... Eu acho que tudo isso - eu não diria raiva, necessariamente - eu acho que todas essas coisas de repente levantaram as sobrancelhas em Washington e alguém disse 'bem, nós temos que colocar essas coisas de maneira correta, colocar esses caras onde eles pertencem que é no nosso quintal. ”Não estou dizendo que tudo foi planejado pelos Estados Unidos. É muito difícil dizer e não tenho provas disso, mas certamente houve essa cooperação que foi mencionada até mesmo por Kenneth Blanco, do Departamento de Justiça. Ele disse que havia uma cooperação muito informal com o Judiciário no Brasil, o que é um escândalo, porque se você tem acordos relacionados à justiça ou à aplicação da lei, eles seguem as regras. E seguir as regras implica passar pelos canais apropriados. A cooperação informal é uma forma de exercer a dominação direta sobre ações menos conscientes. Foi o que aconteceu. Eu era o ministro das Relações Exteriores e podia vê-lo o tempo todo, não apenas o embaixador americano - não estou dizendo que eram apenas os EUA, mas os EUA são mais poderosos - tentando contornar o Ministério das Relações Exteriores. Eles diriam, “oh, o Ministério das Relações Exteriores é muito burocrático, é muito obstrutivo”. É claro que éramos - éramos a linha de frente da soberania. Então, quando você levanta essas questões, acho que provavelmente você está certo. Eu não tenho muitas evidências que eu possa recorrer, mas certamente essa prova da cooperação informal é importante. A espionagem, claro, não era inocente. Você acha que eles espiaram Dilma porque havia um risco de um governo comunista? Não havia nada parecido. Eles espiavam porque estavam interessados ​​em coisas que estavam ao redor da indústria do petróleo e, mais tarde, na indústria de energia nuclear e, claro, todos os casos que estavam relacionados a essas indústrias. A hipeotese de que houve uma cooperação muito forte entre as autoridades dos EUA e as autoridades brasileiras na Lava Jato é muito convincente. O objetivo real da investigação Lava Jato é remover não só Dilma e não apenas Lula como pessoa, mas também um projeto, um projeto para um país no qual a soberania ocupava um lugar central.


O financiamento de empresas de engenharia como a Odebrecht, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), era parte integrante da política externa brasileira?

Não a Odebrecht em particular mas, claro, o apoio a todas as empresas brasileiras de engenharia no exterior foi um aspecto muito importante da nossa presença na África e nossa presença na América do Sul e essas coisas criaram empregos no Brasil, ao contrário do que grande parte da elite brasileira acreditava. Portanto, não tenho dúvidas de que todos esses instrumentos, vinculados à soberania brasileira e à capacidade do Brasil de estar presente em outros lugares do mundo, foram destruídos de propósito. É impossível ter… Não é só a Odebrecht, são todas as construtoras brasileiras, que certamente foram o setor mais dinâmico da indústria brasileira atuando no exterior, que foram afetadas. Agora, outra importante empresa, a Embraer, está sendo engolida pela Boeing. E o braço de empréstimos do BNDES foi reduzido. O que o BNDES estava fazendo, na verdade, era como qualquer banco na Europa geralmente faz em termos de condições especiais para empréstimos para atividades em países muito pobres ou vulneráveis. Então, isso faz parte do ataque atacadista aos pilares da soberania brasileira. Não é apenas a política externa que é formulada no Ministério das Relações Exteriores, mas também os meios concretos através dos quais essa política externa é exercida. E isso certamente inclui as empresas de engenharia. Não só eles, mas também a Embraer, como mencionei antes. Mas digamos que as soluções ou as formas que eles escolheram para atacar foram diferentes, mas com um resultado semelhante, pois o Brasil está agora muito mais fraco em sua presença no exterior. E o BNDES, claro, faz parte disso também.


O PT é um partido político de esquerda ou centro-esquerda e o Partido Democrático nos Estados Unidos é considerado por algumas pessoas como centro-esquerda. Obama uma vez chamou Lula de “o cara” e elogiou muito o Brasil, mas ao mesmo tempo seu governo estava espionando ilegalmente o Brasil, ouvindo as conversas telefônicas de Dilma Rousseff e espionando a indústria do petróleo. Você acha que os governos do PT de Dilma e Lula cometeram um erro ao confiar demais nos democratas?

Eu não acho que esse é o problema. Eu nem sequer acho que Obama tinha controle total sobre o que aconteceu com o seu governo secreto ou o que você chama - governo profundo - nos Estados Unidos, o que envolve a comunidade de inteligência e talvez alguns setores da indústria de defesa. Então Obama provavelmente não sabia. Claro que ele veio a saber depois. Eu acho que essas coisas acontecem de forma independente. Eu não estou dizendo nada de novo. Eu morava nos Estados Unidos na década de 1970 e em outros períodos. Eu li, por exemplo, o Ellsberg Reports e o Pentagon Papers. Muitas coisas acontecem sem o conhecimento do Presidente dos Estados Unidos. Então Obama não determinou necessariamente essas ações. Eu não estou dizendo isso para desculpar Obama. Claro que Obama também nos desapontou de outras maneiras. Mencionei o acordo sobre o programa nuclear iraniano. Mas eu acho que essas coisas são as ações de um estado mais profundo, que existe nos Estados Unidos, que vê as coisas do ponto de vista da segurança geopolítica e, como mencionei antes, quando viram a capa do The Economist eles não ficaram felizes. Essa não é a idéia. Não é o Brasil que tem que liderar a América do Sul. Deve ser os Estados Unidos. Isso faz parte da ideologia do governo profundo. Eu acho que Obama tentou ter uma visão mais conciliatória, certamente não rompendo com o governo profundo, mas tentando encontrar maneiras diferentes e eu acho que é muito significativo, por exemplo, que na Cúpula das Américas que aconteceu em Trinidad e Tobago em 2009, ele pediu uma reunião com a Unasul - a mesma Unasul que está sendo destruída agora pelo nosso próprio governo, sem que os Estados Unidos tenham de disparar sequer um tiro para isso. Então você tem que ver essas coisas como parte de um movimento duplo. Parte disso é este governo profundo dos Estados Unidos que, claro, tem ligações com o capital financeiro, que tem ligações com o establishment militar e, é claro, com as agências de inteligência que mencionei. Você tem que ver isso também à luz dessa atitude tão passiva e submissa da elite brasileira que não quer que o Brasil seja assertivo em assuntos internacionais. Que prefere ver o Brasil como um bom subordinado dos Estados Unidos. Sempre foi assim na América do Sul. Antes de discutirmos seriamente a integração com o Mercosul e depois com a Unasul e outras iniciativas, a principal competição entre o Brasil e a Argentina era ver quem era o melhor amigo dos Estados Unidos, em vez de tentar ser amigo um do outro. É claro que também devemos ser amigos dos Estados Unidos, mas defender nossos próprios interesses primeiro.

Lula foi preso há 38 dias por acusações sem provas materiais. Você acha que haverá eleições livres este ano?

Tomei a iniciativa de lançar um manifesto chamado “Eleições sem Lula são uma fraude”. É um manifesto que foi assinado por muitos intelectuais nos Estados Unidos, por pessoas como Noam Chomsky, por muitos outros intelectuais na Europa, por ganhadores do Prêmio Nobel, por ex-presidentes e ex primeiros-ministros. As pesquisas mostram que o candidato favorecido pelo povo brasileiro é Lula, de longe. Ele vence em todos os cenários no segundo turno, e no primeiro turno ele tem o dobro de votos do segundo colocado. Ele é certamente aquele que é preferido pelo povo. Por isso, acho que todos os nossos esforços devem começar no sentido de possibilitar que Lula seja um candidato. Eu sei que é uma batalha difícil, especialmente do ponto de vista judicial, porque isso não aconteceu de uma vez. É um processo que passou pelo impeachment da presidente Dilma mas percorreu todo o caminho, com foco em Lula. Ainda nesta semana o juiz Moro, é uma coisa incrível mesmo do ponto de vista das aparências - o homem que conduziu a investigação e a condenação de Lula, está recebendo um prêmio na Câmara de Comércio Americana. Isso é uma coincidência? Eu não sei. Na política eu não acredito em coincidências, tudo está relacionado de alguma forma. Então, acho que esse é o fato mais revelador e a imagem mais reveladora do que está acontecendo agora em relação ao Brasil. O juiz está sendo recompensado pelo bom serviço que prestou. Eu não estou dizendo que ele tem dinheiro ou algo assim, mas ele está sendo reconhecido como o homem do ano, porque ele foi capaz de colocar Lula na prisão. Em latim, há uma expressão, et quid prodest, "quem lucra com isso". Então eu acho que o prêmio dá a resposta.


Algumas tomadas na mídia americana e inglesa estão dizendo que Guilherme Boulos é o herdeiro de Lula, apesar de estar com apenas 0,5% nas pesquisas. O que acontecerá se Lula não puder correr?

Bem, eu acho que isso ainda é especulação. É claro que é importante na política especular, mas acho que temos que nos concentrar na tarefa do momento. A tarefa do momento ainda está tentando fazer com que Lula corra e inicie sua campanha. Não há lei que o impeça de fazer campanha. Embora fisicamente ele esteja na prisão, ele é uma ideia, ele é uma imagem e é muito interessante que, com ele na prisão, ele ainda tenha o dobro de apoio do segundo colocado. É quase inédito. Se você pensar em exemplos semelhantes, eles têm a ver com situações coloniais ou semi-coloniais como a África do Sul ou a Índia nos tempos de Gandhi. Lula é um caso único. Você consegue pensar em alguma democracia ocidental em que alguém na prisão, que está na prisão há cinco semanas, sempre foi, de longe, o candidato mais preferido pelo povo? Eu acho que isso é algo que deve ser entendido até mesmo pelos juízes, mesmo que estejam seguindo formalmente o que a lei prescreve. Isso vai totalmente contra a idéia central de democracia, que é a soberania do povo. Soberania tem duas faces. Nós falamos muito sobre isso externamente, a soberania que está impedindo que outros países ou outras nações ou outros centros de poder dominem o seu país. Mas há a face interna da soberania, que é o fato de que o governo tem que refletir o que o povo quer. Esse é o princípio que Jean Jacques Rousseau estabeleceu sobre a soberania do povo. E o que está acontecendo no Brasil é um ataque frontal contra a soberania das pessoas. Espero que em algum momento, porque ainda há alguns estágios a serem percorridos, até mesmo pessoas no judiciário que foram negativas ou hesitantes podem ver que isso é o melhor para o Brasil, independentemente de alguns interesses particulares. Lula não é realmente um revolucionário incendiário. Ele quer reforma, ele quer ter uma sociedade mais igual na qual os negros e as mulheres sejam tratados adequadamente e tenham oportunidades iguais, mas ele não é alguém que quer destruir a propriedade privada. Ele mostrou isso. Então, espero que as pessoas vejam isso e vejam que a melhor solução é libertar Lula - é difícil, você pode pensar que sou idealista demais, mas de qualquer forma talvez seja - e permitir que ele concorra a um cargo. E então, claro, se alguém mais ganhar, OK. Mas acho que ele vai ganhar.



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segunda-feira, 14 de maio de 2018

Lula seque líder absoluto em pesquisa CNT/MDA divulgada nesta segunda-feira (14)



A CNT (Confederação Nacional do Transporte) acaba de divulgar nesta segunda-feira (14) os resultados da 136ª Pesquisa CNT/MDA durante entrevista que comprova que liderança absoluta do presidente Lula na preferência do eleitorado com 32,4% dos votos. Em segundo lugar o pré-candidato Jair Bolsonaro com 16,7%, seguido de Marina Silva, com 7,6%. Infelizmente a pesquisa segue o script desta fase do golpe que e inclui o nome da figura pública mais lembrada pelo povo brasileiro em apenas um dos cinco cenários propostos. A intenção, como todos sabem, é uma inútil tentavita de tentar apagar o nome de Lios Inácio Lula da Silva da mente das pessoas.  
A Pesquisa CNT/MDA ouviu 2.002 pessoas em 137 municípios de 25 Unidades Federativas das cinco regiões do país e trata de temas como a prisão do presidente Lula, a Justiça no Brasil, a confiança nas instituições; Fake News e Copa do Mundo. Traz também avaliações a respeito do governo federal e do desempenho pessoal do presidente golpista Michel Temer; além de avaliações dos governos estaduais e municipais tanto para o primeiro quanto para o segundo turno das eleições 2018.

O cenário em que o nome de Lula destaca o deputado federal Jair Bolsonaro em primeiro lugar na preferência do eleitorado, com 18,3% e acende uma luz vermelha nas forças progressistas que lutam pelo reestabelecimento do Estado Democrático de Direito no país. No entanto, votos brancos e nulos sobem para estratosféricos 29,6%. Indecisos, 16,1%. Leia a pesquisa completa aqui. Veja os principais números abaixo:

Avaliação de governo


Governo federal: A avaliação do governo do presidente Michel Temer é positiva para 4,3% dos entrevistados, contra 71,2% de avaliação negativa. Para 21,8%, a avaliação é regular e 2,7% não souberam opinar. A aprovação do desempenho pessoal do presidente atinge 9,7% contra 82,5% de desaprovação, além de 7,8% que não souberam opinar.

Governo estadual: 2,9% avaliam o governador de seu Estado como ótimo. 16,6% como bom; 33,2% como regular, 14,8% como ruim e 26,1% como péssimo.

Governo municipal: 5,1% avaliam o prefeito de sua cidade como ótimo. 21,3% como bom, 32,2% como regular, 12,8% como ruim e 24,2% como péssimo.

Expectativa (para os próximos 6 meses)


Emprego: vai melhorar: 21,7%, vai piorar: 31,5%, vai ficar igual: 43,4%
Renda mensal: vai aumentar: 20,6%, vai diminuir: 16,5%, vai ficar igual: 59,3%
Saúde: vai melhorar: 18,5%, vai piorar: 35,6%, vai ficar igual: 42,9%
Educação: vai melhorar: 21,0%, vai piorar: 28,8%, vai ficar igual: 46,6%
Segurança pública: vai melhorar: 17,9%, vai piorar: 41,9%, vai ficar igual: 37,2%

Eleição presidencial 2018


1º turno: Intenção de voto ESPONTÂNEA

Lula: 18,6%
Jair Bolsonaro: 12,4% 
Ciro Gomes: 1,7%
Marina Silva: 1,3%
Geraldo Alckmin: 1,2%
Joaquim Barbosa: 1,0% 
Álvaro Dias: 0,9%
Outros: 1,8%
Branco/Nulo: 21,4% 
Indecisos: 39,6%

1º turno: Intenção de voto ESTIMULADA 

CENÁRIO 1: Lula 32,4%, Jair Bolsonaro 16,7%, Marina Silva 7,6%, 
Ciro Gomes 5,4%, Geraldo Alckmin 4,0%, Álvaro Dias 2,5%, Fernando Collor 0,9%, Michel Temer 0,9%, Guilherme Boulos 0,5%, Manuela D´Ávila 0,5%, João Amoêdo 0,4%, Flávio Rocha 0,4%, Henrique Meirelles 0,3%, Rodrigo Maia 0,2%, Paulo Rabello de Castro 0,1%, Branco/Nulo 18,0%, Indecisos 8,7%.

CENÁRIO 2: Jair Bolsonaro 18,3%, Marina Silva 11,2%, Ciro Gomes 9,0%, Geraldo Alckmin 5,3%, Álvaro Dias 3,0%, Fernando Haddad 2,3%, Fernando Collor 1,4%, Manuela D´Ávila 0,9%, Guilherme Boulos 0,6%, João Amoêdo 0,6%, Henrique Meirelles 0,5%, Flávio Rocha 0,4%, Rodrigo Maia 0,4%, Paulo Rabello de Castro 0,1%, Branco/Nulo 29,6%, Indecisos 16,1%.

CENÁRIO 3: Jair Bolsonaro 19,7%, Marina Silva 15,1%, Ciro Gomes 11,1%, Geraldo Alckmin 8,1%, Fernando Haddad 3,8%, Branco/Nulo 30,1%, Indecisos 12,1%.

CENÁRIO 4: Jair Bolsonaro 20,7%, Marina Silva 16,4%, Ciro Gomes 12,0%, Fernando Haddad 4,4%, Henrique Meirelles 1,4%, Branco/Nulo 31,7%, Indecisos 13,4%.

2º turno: Intenção de voto ESTIMULADA 

CENÁRIO 1: Lula 44,9%, Geraldo Alckmin 19,6%, Branco/Nulo: 30,0%, 
Indecisos: 5,5%.
CENÁRIO 2: Lula 45,7%, Jair Bolsonaro 25,9%, Branco/Nulo: 23,3%, 
Indecisos: 5,1%.
CENÁRIO 3: Lula 47,1%, Henrique Meirelles 13,3%, Branco/Nulo: 33,0%, 
Indecisos: 6,6%.
CENÁRIO 4: Lula 44,4%, Marina Silva 21,0%, Branco/Nulo: 29,3%,
Indecisos: 5,3%.
CENÁRIO 5: Lula 49,0%, Michel Temer 8,3%, Branco/Nulo: 37,3%, 
Indecisos: 5,4%.
CENÁRIO 6: Jair Bolsonaro 28,2%, Ciro Gomes 24,2%, Branco/Nulo: 37,8%, 
Indecisos: 9,8%.
CENÁRIO 7: Jair Bolsonaro 27,8%, Geraldo Alckmin 20,2%, Branco/Nulo: 42,5%, 
Indecisos: 9,5%.
CENÁRIO 8: Jair Bolsonaro 31,5%, Fernando Haddad 14,0%, Branco/Nulo: 43,4%, 
Indecisos: 11,1%.
CENÁRIO 9: Jair Bolsonaro 30,8%, Henrique Meirelles 11,7%, Branco/Nulo: 46,3%, 
Indecisos: 11,2%.
CENÁRIO 10: Marina Silva 27,2%, Jair Bolsonaro 27,2%, Branco/Nulo: 37,8%, 
Indecisos: 7,8%.
CENÁRIO 11: Jair Bolsonaro 34,7%, Michel Temer 5,3%, Branco/Nulo: 49,5%, 
Indecisos: 10,5%.
CENÁRIO 12: Ciro Gomes 20,9%, Geraldo Alckmin 20,4%, Branco/Nulo: 48,1%, 
Indecisos: 10,6%.
CENÁRIO 13: Geraldo Alckmin 25,0%, Fernando Haddad 10,0%, Branco/Nulo: 53,2%, Indecisos: 11,8%.
CENÁRIO 14: Marina Silva 26,6%, Geraldo Alckmin 18,9%, Branco/Nulo: 46,0%, 
Indecisos: 8,5%.
CENÁRIO 15: Ciro Gomes 25,7%, Henrique Meirelles 9,0%, Branco/Nulo: 52,6%, 
Indecisos: 12,7%.
CENÁRIO 16: Ciro Gomes 30,4%, Michel Temer 5,6%, Branco/Nulo: 52,9%, 
Indecisos: 11,1%.

LIMITE DE VOTO – PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


CIRO GOMES: é o único em que votaria (2,9%); é um candidato em que poderia votar (31,7%); não votaria nele de jeito nenhum (46,4%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (15,3%).

FERNANDO HADDAD: é o único em que votaria (0,9%); é um candidato em que poderia votar (15,7%); não votaria nele de jeito nenhum (46,1%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (34,1%).

GERALDO ALCKMIN: é o único em que votaria (1,6%); é um candidato em que poderia votar (30,3%); não votaria nele de jeito nenhum (55,9%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (8,4%).

HENRIQUE MEIRELLES: é o único em que votaria (0,2%); é um candidato em que poderia votar (14,1%); não votaria nele de jeito nenhum (48,8%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (33,5%).

JAIR BOLSONARO: é o único em que votaria (13,1%); é um candidato em que poderia votar (22,1%); não votaria nele de jeito nenhum (52,8%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (9,3%).

LULA: é o único em que votaria (25,6%); é um candidato em que poderia votar (25,0%); não votaria nele de jeito nenhum (46,8%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (0,6%).

MARINA SILVA: é o único em que votaria (4,5%); é um candidato em que poderia votar (33,1%); não votaria nele de jeito nenhum (56,5%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (2,9%).

MICHEL TEMER: é o único em que votaria (0,3%); é um candidato em que poderia votar (7,8%); não votaria nele de jeito nenhum (87,8%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (1,6%).

RODRIGO MAIA: é o único em que votaria (0,1%); é um candidato em que poderia votar (7,0%); não votaria nele de jeito nenhum (55,6%); não conhece/não sabe quem é/ nunca ouviu falar (34,2%).

CARACTERÍSTICAS DO CANDIDATO

Para 65,6% dos entrevistados, a honestidade do candidato a presidente da República será o principal fator levado em consideração; 47,7% considerarão novas propostas para o Brasil; 26,4%, a trajetória de vida; 12,1% considerarão se o candidato é novo no meio político; 5,9% o partido político ao qual o candidato pertence; 3,4% se ele é do meio empresarial. 

CONDENAÇÃO DO EX-PRESIDENTE LULA

51,0% consideram que a prisão do ex-presidente Lula é justa. 
49,9% não acreditam que o ex-presidente Lula disputará as eleições, após ter sido condenado na 2ª instância, enquanto que 40,8% acreditam que o ex-presidente Lula disputará as eleições, mesmo após ter sido condenado na 2ª instância.

JUSTIÇA NO BRASIL

A avaliação sobre a atuação da Justiça no Brasil é negativa para 55,7% (ruim ou péssima) dos entrevistados. 33,6% avaliam a Justiça como sendo regular e 8,8% dos entrevistados avaliam que a atuação da Justiça no Brasil é positiva (ótima ou boa). 

52,8,% consideram o Poder Judiciário pouco confiável; 36,5% nada confiável; e 6,4% muito confiável. 

Para 90,3% a Justiça brasileira não age de forma igual para todos. Outros 6,1% consideram que age de forma igual.

Dos entrevistados, 44,3% acreditam que, mesmo após as recentes ações da Justiça na Operação Lava Jato, a corrupção irá continuar na mesma proporção no Brasil. Enquanto isso, 30,7% avaliam que a corrupção irá diminuir e 17,3% acreditam que vai aumentar.

CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES

A instituição mais confiável, segundo os entrevistados, é a Igreja (40,1%). Em seguida, aparecem: Forças Armadas (16,2%), Justiça (8,6%), Imprensa (5,0%), Polícia (4,0%), Governo Federal (2,2%), Congresso Nacional (0,6%) e Partidos Políticos (0,2%).

FAKE NEWS E INFORMAÇÕES

49,0% dos entrevistados afirmam utilizar internet (redes sociais, portais ou aplicativos de mensagem, como o WhatsApp) todos os dias para ver notícias; 9,1% utilizam a rede vários dias por semana; 6,1%, poucas vezes por mês; 7,2% raramente. 28,6% não fazem uso da rede mundial de computadores para se informarem. 

Quanto aos assuntos sobre os quais os entrevistados mais se informam, 42,5% citam entretenimento/novela/variedades; 28,2% destacam política; 20,6% esporte; 15,0% economia/finanças; 12,4% educação/trabalho; 11,2% cidades; 10,6% saúde; 3,7% viagens/turismo.
81,4% afirmam acreditar em algumas e desconfiar de outras notícias que veem na internet. 4,5% dizem crer em todas as informações, enquanto o restante (13,8%) diz não acreditar em qualquer notícia.
 Quando ficam em dúvida sobre a veracidade de alguma notícia que veem na internet, 31,5% dizem que têm o costume de sempre verificarem se a informação é verdadeira. 45,4% verificam somente algumas vezes e 22,7% dizem que não têm esse costume.
 
68,2% já ouviram falar sobre a existência de notícias falsas, as chamadas fake news. 

COPA DO MUNDO

42,0% não estão interessados na Copa do Mundo da Rússia. 27,0% estão muito interessados e 30,7% estão pouco interessados. 
63,9% têm intenção de acompanhar os jogos da Copa do Mundo. 
O principal meio pelo qual os entrevistados pretendem acompanhar os jogos da Copa do Mundo é a TV (96,8%). Em seguida, aparecem internet (1,7%), rádio (0,3%) e jornal (0,1%). 
As seleções favoritas para o título da Copa do Mundo são, na opinião dos entrevistados, Brasil (51,9%), Alemanha (8,1%), Argentina (1,3%), Espanha (1,0%) e França (0,9%). 

CONCLUSÃO


Os resultados da 136ª Pesquisa CNT/MDA mostram manutenção da percepção negativa sobre o governo Michel Temer, tanto para a avaliação de seu governo quanto em relação à sua aprovação pessoal, indicando uma situação eleitoral irreversível. 
O pessimismo da população em relação a geração de empregos, renda mensal, saúde, educação e segurança para os próximos seis meses apresenta aumento em relação à última pesquisa.
A intenção de voto para a eleição presidencial em 2018 sinaliza manutenção da liderança do ex-presidente Lula no cenário de primeiro turno e em todas as simulações de segundo turno. Para as simulações de primeiro turno que excluem o ex-presidente da relação de candidatos, Jair Bolsonaro lidera, com a segunda colocação sendo disputada por Marina Silva e Ciro Gomes.

Nas simulações de segundo turno sem o ex-presidente Lula, Jair Bolsonaro empata tecnicamente com Marina Silva e Ciro Gomes, vencendo os demais candidatos.
Nota-se elevado percentual de votos brancos, nulos e indecisos, em especial nos cenários sem o ex-presidente, indicando que o eleitor ainda está em busca de algum nome que mereça o seu voto. As características mais importantes para a escolha do candidato são honestidade, apresentação de propostas novas para o Brasil e sua trajetória política.

Em relação à Justiça, observa-se avaliação predominantemente negativa, com baixo grau de confiança e percepção forte de que não atua de forma igual para todas as pessoas.

A maioria da população utiliza de forma frequente a internet para leitura de notícias. Para esse grupo, a maior parcela desconfia de parte das informações que recebe e costuma checar a veracidade.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Doleiros presos hoje são amigos de Aécio, Ronaldo Fenômeno e Huck


Irmãos Roberto e Marcelo Rezinski presos na Operação "Câmbio, Desligo" da Polícia Federal são amigos íntimos e têm negócios com políticos, jogadores e celebridades 


Com Informações do Portal R7


O mundo dos ricos e famosos está um pouco menos glamouroso, no Rio de Janeiro, desde hoje cedo. Tidos como doleiros do MDB, os gêmeos Marcelo e Roberto Rezinski foram presos dentro da Operação "Câmbio, Desligo" da Polícia Federal.
Os irmãos são íntimos de celebridades, como Luciano Huck e Ronaldo Fenômeno, e de Aécio Neves. E costumam dar festas faraônicas, com a presença de endinheirados do eixo Rio-São Paulo. E, obviamente, com muitas beldades, normalmente 20 anos mais jovens que os homens presentes.  
Roberto chegou a ser sócio do ex-jogador e Alexandre Accioly numa rede de academias.
Accioly é aquele mesmo que está sendo acusado pela PF de ser uma espécie de laranja de Aécio Neves. Os dois são amigos há décadas, e o empresário teria fornecido uma conta no Exterior para o senador mineiro descarregar 50 milhões de reais de propina conseguida na construção da hidrelétrica Santo Antônio, em Rondônia.
A relação entre Ronaldo Fenômeno e Roberto Rezinski também é sólida. O doleiro foi padrinho de casamento do craque e da modelo Daniela Cicarelli.
Outro padrinho foi Dario Messer, também alvo da Operação "Câmbio, Desligo", mas que continua foragido.
Messer é considerado "o doleiro dos doleiros". 

quinta-feira, 3 de maio de 2018

TRF-4 aceita pedido da defesa de Lula e inclui depoimento de Tacla Duran em ação que será encaminhada ao STJ


Defesa de Lula solicitou que o habeas corpus fosse remetido ao Superior Tribunal de Justiça após ser negado duas vezes pela segunda instância. Advogados questionam veracidade de documentos obtidos pelo Ministério Público Federal (MPF).



Com informações do G1

O Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, aceitou nesta quarta-feira (2) o pedido feito pela defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para remeter recurso ordinário em habeas corpus ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A admissibilidade foi aceita pela desembargadora federal Maria de Fátima Freitas Labarrère, vice-presidente da corte. A defesa pede a inclusão do ex-advogado da Odebrecht Rodrigo Tacla Duran como testemunha no processo que apura o recebimento de propina da empreiteira.
Na denúncia em que o MPF acusa Lula de ter recebido um apartamento em São Bernardo do Campo (SP) e também um terreno onde seria erguido o Instituto Lula como vantagem indevida. Nesta ação também são réus Marcelo Odebrecht e Antônio Palocci.
O pedido de inclusão do depoimento de Tacla Duran já havia sido negado pelos desembargadores do TRF-4 em fevereiro e também em abril. O advogado Rodrigo Tacla Duran possui cidadania Espanhola e fixa residência naquele país desde o começo da Operação LavaJato.  Seu caso será julgado pela justiça espanhola. Ele acusa a força-tarefa da Lava Jato de tentar extorqui-lo por meio do advogado paranaense Carlos Zucolotto, melhor amigo do juiz Sério Moro, que recusou duas vezes a oitiva de Duran no processo.

A defesa de Lula sustenta que o advogado afirmou na CPMI da JBS que tem informações e provas sobre adulteração de documentos nos sistemas da Odebrecht, além das acusações de direcionamento político das delações, extorção de acusados e venda de sentenças.
Os advogados dizem que documentos apresentados pela construtora no acordo de colaboração foram adulterados. O objetivo da defesa de Lula era de que Duran prestasse depoimento no âmbito do incidente de falsidade.
Os procuradores da Lava Jato acusam Duran, que tem dupla nacionalidade – brasileira e espanhola –, de ser um dos operadores financeiros do esquema de pagamento de propina da Odebrecht envolvendo a Petrobras. Duran foi alvo de mandado de prisão da 36ª fase da operação, deflagrada em novembro de 2016, mas está fora do Brasil desde abril daquele ano, de acordo com a Polícia Federal.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

A Rosa e o Rato ou o "Triplex do Lula"?



Por Laurenice Noleto
Nós, jornalistas, principalmente os sindicalistas, somos incansáveis lutadores da liberdade de expressão, pelo fim do monopólio da comunicação e/ou pela Regulação da Mídia. Em todos os congressos da categoria nas três ou quatro últimas décadas, em centenas de teses de mestrados e doutorados; livros e outros estudos este tema é tratado.
Tornou-se um jargão até popular falar da importância da "Liberdade da Imprensa", da "Liberdade de Expressão"- a maioria não sabendo sequer diferenciar uma da outra - e, nos setores à esquerda, pedir o "fim do monopólio - ou do oligopólio - da comunicação no Brasil.
Muitas vezes já fui convidada a fazer palestras em faculdades, ocupações de colégio e de sem tetos e auditórios de diferentes categorias profissionais, sobre temas ligados à comunicação e a democracia: "A mulher na imprensa"; "A imprensa e o Golpe Civil-Militar de 1964"; "A imprensa na Ditadura" etc.
Mas, confesso, é sempre muito difícil falar com uma linguagem bem popular sobre o que é o monopólio da comunicação e os seus riscos para uma democracia. Eu costumo ilustrar minhas palestras com aquela história descrita pelo grande mestre do Jornalismo brasileiro, Perseu Abramo, que conta que pode-se mostrar uma rosa para um povo e dizer-lhe que aquilo não é uma rosa, mas um rato. E, repetir isso todo dia, várias vezes, por vários meses ou anos. Ao final, se você jogar uma rosa no chão e gritar: "Mate-o! Isto é um rato! A multidão, enfurecida e odiando a flor, a esmagará sob os seus pés, pensando estar matando um rato.
No entanto, hoje, uma verdadeira e maravilhosa aula está sendo proferida aqui mesmo no Facebock, apenas com uma postagem, sobre a cobertura que a imprensa tradicional vem fazendo sobre a ocupação do "Triplex do Lula", em Guaruja, pelo MTST. Todas as manchetes dos diferentes veículos trazem a mesma palavra "ATRIBUÍDO"!
Antes, o triplex era "DO LULA", mesmo! Não se ouvia ou dava a palavra para nenhuma opinião contraditória. Nenhuma vez. Falaram e escreveram isso centenas ou mesmo milhares de vezes, todos os dias, por anos.
Assim, usando as mesmas palavras e a um só tempo - com ar de seriedade ou de deboche, como convém a cada caso e a cada hora - a imprensa brasileira - concentrada nas mãos de apenas seis famílias (oligopólio) - vai fazendo, subliminarmente, a cabeça dos seus leitores e conduzindo toda a nação de acordo com os seus interesses, próprios ou vendidos a terceiros (lê-se, aqui, o capitalismo internacional).
Ontem, me chamava a atenção, nos noticiários da televisão, todas as inserções de comentários jornalísticos sobre o bombardeio à Síria serem ditas, sempre, não importava quem, com o uso de uma mesma palavra "REGIME", ao invés de GOVERNO da Síria.
E hoje, não se falava mais em Lula, de jeito nenhum. Muito menos no "Triplex do Lula". Afinal, ele já está preso, acusado de receber aquele triplex como propina. Hoje, depois que "O Povo Sem Medo",do MTST, fez a ocupação do imóvel "atribuído" ao Lula, ninguém mais quer ficar com a responsabilidade da falsa acusação! E, como se fossem integrantes de um coral, regido por um só maestro, todos gritam juntos, a uma só voz:
"O TRIPLEX ATRIBUIDO AO LULA"!


sábado, 7 de abril de 2018

Íntegra do discurso de Lula em São Bernardo do Campo

Photo: Francisco Proner/ Farpa Fotocoletivo

Via Brasil de Fato

“Em 1979, esse sindicato fez uma das greves mais extraordinárias. E nós conseguimos fazer um acordo com a indústria automobilística que foi talvez o melhor. E eu tinha uma comissão de Fábrica com 300 trabalhadores. E o acordo era bom. E eu resolvi levar o acordo para Assembleia. E resolvi pedir pra comissão de fábrica ir mais cedo para conversar com a peãozada. E eu fazia assembleia de manhã pra evitar que o pessoal bebesse um pouquinho a tarde, porque quando a gente bebe um pouquinho a gente fica mais ousado.
Mesmo assim não evitava porque o cara levava litro de conhaque dentro da mala e quando eu passava tomava uma ‘dosinha’ para a garganta ficar melhor – coisa que não aconteceu hoje. Pois bem, nós começamos a colocar o acordo em votação e 100 mil pessoas no Estádio da Vila Euclides não aceitavam o acordo. Era o melhor possível. A gente não perdia dia de férias, não perdia décimo terceiro e tinha quinze por cento de aumento. Mas a peãozada tava tão radicalizada que queria 83 ou nada. E nós conseguimos. E passamos um ano sendo chamado de pelego pelos trabalhadores. A gente, Guilherme, ia na porta de fábrica… [Lula começa a fazer saudações diversas]. Então companheiros e companheiras, nós conseguimos… os trabalhadores não aprovaram o acordo… [interrupção para atendimento médico à pessoa na multidão].   Eu ia dizendo pra vocês que nós não conseguimos aprovar a proposta que eu considerava boa e o pessoal então passou a desrespeitar a diretoria do Sindicato. Eu ia na porta da fábrica ninguém parava. E a imprensa escrevia: “Lula fala para os ouvidos moucos dos trabalhadores”. Nós levamos um ano para recuperar o nosso prestígio na categoria. E eu fiquei ṕensando com ar de vingança: “Os trabalhadores pensam que eles podem fazer 100 dias de greve, 400 dias de greve, que eles vão até o fim. Pois eu vou testá-los em 1980”. E fizemos a maior greve da nossa história. A maior greve. 41 dias de greve. Com 17 dias de greve fui preso e os trabalhadores começaram depois de alguns dias a furar greve e nós então – eu sei que Tuma, eu sei que o doutor Almir eu sei que Teotônio Vilela ia dentro da cadeia e falava assim pra mim: “Ô Lula cê precisa acabar com a greve, cê precisa dar um conselho para acabar com a greve”. E eu dizia: “Eu não vou acabar com a greve. Os trabalhadores vão decidir por conta própria”.
O dado concreto é que ninguém aguentou 41 dias porque na prática o companheiro tinha que pagar leite, tinha que pagar a conta de luz, tinha que pagar gás, a mulher começou a cobrar o dinheiro do pão, ele então começou a sofrer pressão e não aguentou. Mas é engraçado porque na derrota a gente ganhou muito mais sem ganhar economicamente do que quando a gente ganhou economicante. Significa que não é dinheiro que resolve o problema de uma greve, não é 5%, não é 10%, é o que está embutido de teoria política de conhecimento político e de tese política numa greve.
Agora, nós estamos quase que na mesma situação. Quase que na mesma situação. Eu tô sendo processado e eu tenho dito claramente: “O processo do meu apartamento, eu sou o único ser humano que sou processado por um apartamento que não é meu”. E ele sabe que o Globo mentiu quando disse que era meu. A Polícia Federal da Lava Jato quando fez o inquérito mentiu que era meu, o Ministério Público quando fez a acusação mentiu dizendo que era meu e eu pensei que o Moro ia resolver e ele mentiu dizendo que era meu e me condenou a nove anos de cadeia. É por isso que eu sou um cidadão indignado, porque eu já fiz muita coisa com meus 72 anos. Mas eu não os perdoo por ter passado para a sociedade a ideia de que eu sou um ladrão. Deram a primazia dos bandidos fazer um pixuleco pelo Brasil inteiro. Deram a primazia dos bandidos chamarem a gente de petralha. Deram a primazia de criar quase um clima de guerra negando a política nesse país. E eu digo todo dia: nenhum deles, nenhum deles, tem coragem ou dorme com a consciência tranquila da honestidade, da inocência que eu durmo. Nenhum deles. [aplausos].
Eu não estou acima da justiça. Se eu não acreditasse na justiça eu não tinha feito partido político. Eu tinha proposto uma revolução nesse país. Mas eu acredito na justiça, numa justiça justa, numa justiça que vota um processo baseado nos autos do processo, baseado nas informações das acusações, das defesas, na prova concreta que tem a arma do crimeo que eu não posso admitir é um procurador que fez um powerpoint e foi pra televisão dizer que o PT é uma organização criminosa que nasceu para roubar o Brasil e que o Lula, por ser a figura mais importante desse partido, o Lula é o chefe, e portanto, se o Lula é o chefe, diz o procurador, “eu não preciso de provas, eu tenho convicção”. Eu quero que ele guarde a convicção deles para os comparsas deles, para os asseclas deles e não para mim. Certamente um ladrão não estaria exigindo prova. Estaria de rabo preso com a boca fechada torcendo para a imprensa não falar o nome dele. Eu tenho mais de 70 horas de Jornal Nacional me triturando. Eu tenho mais de 70 capas de revista me atacando. Eu tenho mais de milhares de páginas de jornais e materias me atacando. Eu tenho mais a Record me atacando. Eu tenho mais a Bandeirantes me atacando, eu tenho a rádio do interior me atacando. E o que eles não se dão conta é que quanto mais eles me atacam mais cresce a minha relação com o povo brasileiro.
Eu não tenho medo deles. Eu até já falei que gostaria de fazer um debate com o Moro sobre a denúncia que ele fez contra mim. Eu gostaria que ele me mostrasse alguma coisa de prova. Eu já desafiei os juízes do TRF-4 que eles fossem prum debate na universidade que ele quiser, no curso que ele quiser, provar qual é o crime que eu cometi nesse país. E eu as vezes tenho a impressão e tenho a impressão porque eu sou um construtor de sonhos. Eu há muito tempo atrás sonhei que era possível governar esse país envolvendo milhões e milhões de pessoas pobres na economia, envolvendo milhões de pessoas nas universidades, criando milhões e milhões de empregos nesse país, eu sonhei, eu sonhei que era possível um metalúrgico, sem diploma universitário, cuidar mais da educação que os diplomados e concursados que governaram esse país e cuidaram da educação. Eu sonhei que era possível a gente diminuir a mortalidade infantil levando leite feijão e arroz para que as crianças pudessem comer todo dia. Eu sonhei que era possível pegar os estudantes da periferia e colocá-los nas melhores universidades desse país para que a gente não tenha juíz e procuradores só da elite, daqui a pouco vamos ter juízes e procuradores nascidos na favela de Heliopólis, nascidos em Itaquera, nascidos na periferia. Nós vamos ter muita gente dos Sem Terra, do MTST, da CUT formados.
Esse crime eu cometi.
Eu cometi esse crime que eles não querem que eu cometa mais. É por conta desse crime que já tem uns dez processos contra mim. E se for por esses crimes, de colocar pobre na universidade, negro na universidade, pobre comer carne, pobre comprar carro, pobre viajar de avião, pobre fazer sua pequena agricultura, ser microempreendedor, ter sua casa própria. Se esse é o crime que eu cometi eu quero dizer que vou continuar sendo criminoso nesse país porque vou fazer muito mais. Vou fazer muito mais.
[Povo começa a gritar “Lula, guerreiro do povo brasileiros]
Companheiros e companheiras, eu em 1990, em 1986 eu fui o deputado constituinte mais votado na história do país. E nós, ficamos descobrindo, que dentro do PT, Manuela, companheiros, o Ivan era do PT na época, havia uma desconfiança que só tinha poder no PT quem tinha mandato.. Quem não tivesse mandato era tido… [começa a fazer saudações]. Então companheiros, quando eu percebi que o povo desconfiava que só tinha valor no PT quem era deputado, Manoela e Guilherme sabe o que eu fiz? Deixei de ser deputado. Porque eu queria provar ao PT que ia continuar sendo a figura mais importante do PT sem ter mandato porque se alguém quiser ganhar de mim no PT só tem um jeito: é trabalhar mais do que eu e gostar do povo mais do que eu, porque se não gostar não vai ganhar. Pois bem: nós agora estamos num trabalho delicado. Eu talvez viva o momento de maior indignação que um ser humano vive. Não é fácil o que sofre a minha família. Não é fácil o que sofrem meus filhos. Não é fácil o que sofreu a Marisa e eu quero dizer que a antecipação da morte da Marisa foi a safadeza e a sacanagem que a imprensa e o Ministério Público fizeram contra ela. Eu tenho certeza. Essa gente eu acho que não tem filho, não tem alma e não tem noção do que sente uma mãe ou um pai quando vê um filho massacrado, quando vê um filho sendo atacado. Eu então, companheiros, resolvi levantar a cabeça. Não pense que eu sou contra a Lava Jato não. A Lava Jato, se pegar bandido, tem que pegar bandido mesmo que roubou e prender. Todos nós queremos isso. Todos nós a vida inteira dizíamos: “Só prende pobre, não prende rico”. Todos nós dizíamos. E eu quero que continue prendendo rico. Eu quero. Agora qual é o problema? É que você não pode fazer julgamento, subordinado à imprensa. Porque no fundo, no fundo, você destrói as pessoas na sociedade, na imagem da pessoas e depois os juízes vão julgar e vão dizer “eu não posso ir contra a opinião pública tá pedindo pra caçar”. Quem quiser votar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato a deputado, escolha um partido político e vá ser candidato. Ora, a toga ela é o emprego vitalício. O cidadão tem que votar apenas com base nos autos do processo, aliás eu acho que ministro da Suprema Corte não deveria dar declaração de como vai votar. Nos EUA termina a votação e você não sabe em quem o cidadão votou exatamente para que ele não seja vítima de pressão.
Imagina um cara sendo acusado de suícidio e não tenha sido ele o assassino. O que a família do morto quer? Que ele seja morto, que ele seja condenado. Então o juíz tem que ter, diferentemente de nós, a cabeça mais fria, mais responsabilidade de fazer a acusação ou de condenar. O Ministério Público é uma instituição muito forte. Por isso esses meninos que entram muito novo fazem um curso direito e depois faz três anos de concurso porque o pai pode pagar, esses meninos precisavam conhecer um pouco da vida, um pouco de política para fazer o que eles fazem na sociedade brasileira. Tem uma coisa chamada responsabilidade. E não pense que quando eu falo assim eu sou contra. Eu fui presidente e indiquei quatro procuradores e fiz discurso em todas as posses e eu dizia: “Quanto mais forte for a instituição mais responsável os seus membros tem que ser”. Você não pode condenar a pessoa pela imprensa para depois julgá-la. Vocês estão lembrados de que quando eu fui prestar depoimento lá em Curitiba, eu disse para o Moro: “Você não tem condições de me absolver porque a globo tá exigindo que você me condene e você vai me condenar.
Pois bem, eu acho que tanto o TRF-4, quanto o Moro, a Lava Jato e a Globo, eles têm um sonho de consumo. O sonho de consumo é que primeiro, o Golpe, não terminou com a Dilma. O golpe só vai concluir quando eles conseguirem convencer que o Lula não possa ser candidato a presidência da república em 2018. Não é que eu não vou ser, eles não querem que eu participe porque existe a possibilidade de cada um se eleger, eles não querem o Lula de volta porque pobre na cabeça deles não ṕode ter direito. Não pode comer carne de primeira. Pobre não pode andar de avião. Pobre não pode fazer universidade. Pobre nasceu, segundo a lógica deles, para comer e ter coisas de segunda categoria.
Então, companheiros e companheiras, o outro sonho de consumo deles é a fotografia do Lula preso. Ah, eu fico imaginando o tesão da Veja colocando a capa comigo preso. Eu fico imaginando o tesão da Globo colocando a minha fotografia preso. Eles vão ter orgasmos múltiplos.
“Eles decretaram a minha prisão. E deixa eu contar uma coisa pra vocês: eu vou atender o mandado deles. E vou atender porque eu quero fazer a transferência de responsabilidade. Eles acham que tudo que acontece neste país acontece por minha causa. Eu já fui condenado a 3 anos de cadeia porque um juiz de Manaus entendeu que eu não preciso de arma, eu tenho uma língua ferina, então precisa me calar, porque se não me calar, ele vai continuar falando frases como eu falei, t´a chegando a hora da onça beber água, e os camponeses mataram um fazendeiro e eles achavam que era a senha.
Eles já tentaram me prender por obstrução de justiça, não deu certo. Eles agora querem me pegar numa prisão preventiva, que é uma coisa mais grave, porque não tem habeas corpus. O Vaccari já tá preso há três anos. O Marcelo Odebrecht gastou R$ 400 milhões e não teve habeas corpus. Eu não vou gastar um tostão. Mas vou lá com a seguinte crença: eles vão descobrir pela primeira vez o que eu tenho dito todo dia. Eles não sabem que o problema deste país não chama-se Lula, o problema deste país chama-se vocês, a consciência do povo, o partido dos trabalhadores, o PCdoB, o MST, o MTST, eles sabem que tem muita gente. E aquilo que a nossa pastora disse, e eu tenho dito em todo discurso, não adianta tentar de me impedir de andar por este país, porque tem milhões e milhões de boulos, de manuelas, de dilmas rousseffs neste país para andar por mim. Não adianta tentar acabar com as minhas idéias, elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las. Não adianta parar o meu sonho, porque quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês e pelos sonhos de vocês. Não adianta achar que tudo vai parar o dia que o Lula tiver um enfarte, é bobagem, porque o meu coração baterá pelos corações de vocês, e são milhões de corações. Não adianta eles acharem que vão fazer com que eu pare, eu não pararei porque eu não sou um ser humano, sou uma idéia, uma idéia misturada com a idéia de vocês, e eu tenho certeza que companheiros como os sem-terra, o MTST, os companheiros da CUT e do movimento sindical sabem, e esta é uma prova, esta é uma prova, eu vou cumprir o mandado e vocês vão ter de se transformar, cada um de vocês, vocês não vão se chamar chiquinho, zezinho, joãozinho, albertinho… Todos vocês, daqui pra frente, vão virar Lula e vão andar por este país fazendo o que você tem que fazer, e é todo dia! Todo dia! Eles tem de saber que a morte de um combatente não para a revolução. Eles tem de saber. Eles tem de saber que nós vamos fazer definitivamente uma regulação dos meios de comunicação para que o povo não seja vítima das mentiras todo santo dia. Eles têm de saber que vocês, quem sabe, são até mais inteligentes que eu, e queimar os pneus que vocês tanto queimam, fazer as passeatas, as ocupações no campo e na cidade; parecia difícil a ocupação de São Bernardo, e amanhã vocês vão receber a notícia que vocês ganharam o terreno que vocês invadiram.
Companheiros, eu tive chance, agora, eu estava no Uruguai, entre Livramento e Vera, e as pessoas diziam assim, ô, Lula, você finge que vai comprar um “uisquizinho”, e você vai para o Uruguai com o Pepe Mujica e vai embora e não volta mais, pede asilo político. Você pode ir na embaixada da Bolívia, do Uruguai, da Rússia, e de lá você fica falando… Eu não tenho mais idade. Minha idade é de enfrentá-los com olho no olho e eu vou enfrentá-los aceitando cumprir o mandado. Eu quero saber quantos dias eles vão pensar que tão me prendendo e quantos mais dias eles me deixarem lá mais lulas vão nascer neste país e mais gente vai querer brigar neste país, porque numa democracia, não tem limite, não tem hora para a gente brigar. Eu falei para os meus companheiros: se dependesse da minha vontade eu não ia, mas eu vou porque eles vão dizer a partir de amanhã que o lula tá foragido, que o lula tá escondido, e não! Eu não to escondido, eu vou lá na barba deles pra eles saberem que eu não tenho medo, que eu não vou correr, e para eles saberem que eu vou provar minha inocência. Eles têm de saber isso. E façam o que quiserem. Façam o que quiserem. Eu vou pegar uma frase que eu peguei em 1982 de uma menina de 10 anos em catanduva, e essa frase não tem autor. Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais poderão deter a chegada da primavera. E a nossa luta é em busca da primavera. Eles tem de saber que nós queremos mais casa, mais escola, nós queremos menos mortalidade, nós não queremos repetir a barbaridade que fizeram com a marielle no rio de janeiro. Não queremos repetir a barbaridade que se faz comm meninos negros neste país. Não queremos mais a mortalidade por desnutrição neste país. Não queremos mais que um jovem não tenha esperança de entrar numa universidade, porque este país é tão cretino, que foi o ultimo país do mundo a ter uma universidade. O último! Todos os países mais pobres tiveram, porque eles não queriam que a juventude brasileira estudasse. E falavam que custava muito; é de se perguntar quanto custou não fazer há 50 anos atrás.
Eu quero que vocês saibam que eu tenho orgulho, profundo orgulho, de ter sido o único presidente da república sem ter um diploma universitário, mas sou o presidente da república que mais fiz universidade na história deste país para mostrar para essa gente que não confunda inteligência com a quantidade de anos na escolaridade, isso não e inteligência, é conhecimento. Inteligência é quando você tem lado, inteligência é quando você não tem medo de discutir com os companheiros aquilo que é prioridade, e a prioridade é garantir que este país volte a ter cidadania. Não vão vender a petrobras! Vamos fazer uma nova constituinte! Vamo revogar a lei do petróleo que eles tão fazendo! Não vamos deixar vender o BNDES, não vamos deixar vender a Caixa, não vamos deixar destruir o Banco do Brasil! E vamos fortalecer a agricultura familiar, que é responsável por 70% do alimento que nós comemos neste país.
E com essa crença, companheiros, de cabeça erguida, como eu to falando com vocês, que eu quero chegar lá e dizer ao delegado: estou à disposição. E a história, daqui a alguns dias, vai provar que quem cometeu crime foi o delegado que me acusou, foi o juiz que me julgou e foi o Ministério Público que foi leviano comigo. Por isso companheiros, eu não tenho lugar no meu coração pra todo mundo, mas eu quero que vocês saibam que se tem uma coisa que eu aprendi a gostar neste mundo é da minha relação com o povo. Quando eu pego na mão de um de vocês, quando eu abraço um de vocês… porque agora eu beijo homem e mulher igualzinho, não mistura mais… Quando eu beijo um de vocês, eu não to beijando com segundas intenções, eu to beijando porque quando eu era presidente, eu dizia: eu vou voltar pra onde eu vim. E eu sei quem são meus amigos eternos e quem são os eventuais. Os de gravatinha, que iam atrás de mim, agora desapareceram. E quem está comigo são aqueles companheiros que eram meus amigos antes de eu ser presidente da república. É aquele que comia rabada no Zelão, que comia frango com polenta no Demarchi, é aquele que tomava caldo de mocotó no Zelão, esses continuam sendo nossos amigos. São que tem coragem de invadir terreno pra fazer casa, são aqueles que têm coragem de fazer uma greve contra a previdência, são aqueles que ocupam no campo pra fazer uma fazenda produtiva, são aqueles que na verdade precisam do estado.
Companheiros, eu vou dizer uma coisa pra vocês. Vocês vão perceber que eu vou sair desta maior, mais forte, mais verdadeiro, e inocente, porque eu quero provar que eles é que cometeram um crime, um crime político de perseguir um homem que tem 50 anos de história política, e por isso eu sou muito grato. Eu não tenho como pagar a gratidão, o carinho e o respeito que vocês tem dedicado a mim nesses anos todos. E quero dizer a vocês Guilherme, e à Manuela, a vocês dois, que para mim é motivo de orgulho pertencer a uma geração, que está no final dela, ver nascer dois jovens disputando o direito de ser presidente da república neste país. Por isso, grande abraço, e podem ficar certos: esse pescoço aqui não baixa, minha mãe já fez o pescoço curto pra ele não baixar, e não vai baixar, porque eu vou sair de lá de cabeça erguida e de peito estufado porque eu vou provar a minha inocência. Um abraço companheiros, obrigado, mas muito obrigado, pelo que vocês me ajudaram, um beijo, querido, muito obrigado!”